sexta-feira, 26 de julho de 2013

Conhecendo e refutando a doutrina espírita (Parte 2)


Por: Jânio Santos de Oliveira

Presbítero e professor de teologia da Igreja

Assembléia de Deus no Estácio

Rua Hadok Lobo, nº 92 - Pastor Presidente Jilsom

Menezes de Oliveira

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus a Paz do Senhor!




 


Autor kaderc,Allan,1804-1869
“ Em 1804, Jesus teria enviado um espírito iluminado com a missão de codificar uma doutrina esclarecedora, consoladora, racional e amorosa, a qual, após meio século, foi ditada por outros inúmeros espíritos de grande evolução moral e intelectual. Foi nessa época que encarnou entre nós Hipólito Leon Denizart Rivail, que, aos 50 anos de idade, em contato com os fenômenos produzidos pela espiritualidade, ratificou a missão a ele delegada para codificar a doutrina do espíritos, passando a adotar o nome de suas pretéritas personalidades: Allan Kardec”

Segui-se abaixo as perguntas de Alan Kardec e respostas que os espíritos deram a ele. E a minha refutação a essa doutrina espírita mediante a luz das escrituras sagradas

O que é deus ?

R: “Deus é a inteligência suprema, causa primaria de todas as coisas
O espírito tenta passar a idéia de que Deus é apenas uma energia cósmica de interação universal, uma espécie de útero cósmico onde tudo se cria e se renova, e não um ser pessoal. Isto é um argumento cosmológico sobre a existência de Deus

Refutação: kaderc faz uma pergunta cientifica, ele não quer saber quem é Deus mas sim que é Deus, tentando excluir a idéia de uma entidade espiritual, antropomorfa. Ele foi enganado pelo espírito, porque Deus não é simplesmente uma energia cósmica mas um ser supremo e pessoal, a sua personalidade pode ser provada não só pelo que ele é mas também pelos seus sentimentos . Vamos ler ( gênesis 1.1) “ no principio criou Deus ) só cria algo alguém que tem pensamentos,
( Hebreus 1.3) “ o qual, sendo o resplendor da sua gloria e a expressa imagem da sua pessoa e sustentando todas as coisas, pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se a destra da majestade nas alturas” veja que Jesus se assentou ao lado direito da majestade que é o pai celeste, ou seja Deus e majestoso tem um trono onde esta assentado.
( Mateus 10.29) “ se vendem dois passarinhos por um ceitil? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso pai”. veja o pai tem vontade.
( Gálatas 3.26) “ porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo” . Deus é pai
Poderia aqui dar muitas outras referencias bíblicas de que Deus é um ser pessoal e ativo em nosso mundo, ele é o nosso pastor, salmos 23)
O pai eterno tem vontades, ele tem sabedoria, ele tem um reino, ele é a nossa providencia, ele é amoroso e justo, etc...


Espírito é sinônimo de inteligência?

R: a inteligência é um atributo essencial do espírito ou o espírito e a inteligência se confunde

Refutação: o espírito é vento ou uma força vital, que vem de Deus como tal não tem consciência, é apenas um fôlego de vida, que fora da matéria volta pra Deus. ( salmos 104:29) ‘ escondes o teu rosto e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem e voltam ao pó”
Portanto fica claro neste versículo que pó mas fôlego, resulta em pessoa vivente. Esse foi o processo da criação. E pó menos fôlego, resulta em uma pessoa morta. Este é o processo da morte. A bíblia por algumas vezes refere-se ao fôlego de vida como sendo seu espírito. O espírito do homem é seu fôlego de vida. A palavra espírito vem do termo hebraico ruach e neshamah e do grego pneuma.
Pneuma é no grego o que ruach é no hebraico. A palavra espírito significa ar,sopro,vento, animação e manifestação de um poder. A palavra inglesa “ pneu” bem como pneumonia e pneumático derivam da palavra grega pneuma.



O espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?

R:são distintos um do outro; mas a união do espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria.

Refutação: O espírito, sem a matéria é apenas uma partícula de energia vital, que retorna a Deus
E como tal não, possui intelectualidade nem quando esta na matéria ou fora desta, pois não passa de energia vital.( Genesis 2.7) “e formou o senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego de vida; e o homem foi feito alma vivente” veja que o fôlego de vida que é o espírito sem a matéria não é alma vivente, não tem pensamentos, é apenas fôlego vital ou energia, que retorna para o seu criador. O espírito do homem não é uma entidade fora do corpo ou um ser que esta a parte. Este espírito nada mas é do que o fôlego de vida que mantém o sistema nervoso e cérebro humano em atividade, mas este ar não apresenta própria consciência ou habilidades quaisquer.



Poder-se-á conceber o espírito sem a matéria e a matéria sem o espírito

R: pode-se é fora de duvida, pelo pensamento
O que os espíritos estão querendo insinuar é que mesmo um espírito fora da matéria, pode se comunicar com os vivos, através de sonhos ou aparições

Refutação: ( Jó 27.3 ) “Enquanto em mim houver alento, e o sopro de Deus no meu nariz, não falarão os meus lábios iniqüidade, nem a minha língua pronunciara engano” veja o que Jó diz que enquanto, ele tiver forças e o sopro,(espírito) poderá falar, pois sabe ele que no dia em que morrer, não mas se comunicara. ( Gênesis 7;21,22) “ e expirou toda a carne que se movia sobre a terra, tanto da ave como de gado, e de feras e todo réptil que se roja sobre a terra e de todo o homem. Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu.
Como pode se comunicar alguém que esta morto? Já que saindo-lhe o espírito que é seu fôlego ele volta ao pó.




Os espíritos tem fim?

R: os espíritos são esternos e exatamente igual a Deus e não podem ser destruídos e sim transformado constantemente.

Refutação: claro que tudo o que é criado um dia, pode ter seu fim! ( porque o que sucede aos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos tem o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade, todos vão para o mesmo lugar. Quem sabe se o fôlego de vida dos filhos dos homens se dirige para cima ou para baixo, para a terra? ( eclesiastes 3.19)


Ocupam os espíritos uma região determinada e circunscrita no espaço?

R: estão por toda parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos. Tendes muitos deles de continuo a vosso lado, observando-vos e sobre vós atuando, sem perceberdes pois que os espíritos são uma das potencias da natureza e os instrumentos de que Deus se serve para execução de seus desígnios.

Refutação: O engano é pensar que, sempre a palavra ,espírito na bíblia significa um ser. A concordância analítica revela que a palavra em hebraico ruach é traduzida como fôlego( sopro)
28 vezes, vento em 90 vezes , espírito em 232 vezes e outras vezes como ar, sopro,ventoso, etc....
Em suma o espírito pode trazer estes significados:
Primeiramente o ar que respiramos
Um ser espiritual, como um anjo
A influencia de um ser
Um estado de sentimento
O que está ao lado de uma pessoa que teme a Deus é o anjo de Deus, e de uma pessoa que obra impiamente é um anjo caído do mal. Gostaria de informar que anjos são espíritos acrescidos de um corpo celeste, ou matéria celeste. Por isso são seres espirituais, que agem na vida do homem e tem personalidade. Existe anjos bons, e anjos maus( demônios)


Os espíritos que enveredarem pela senda do mal poderão chegar ao mesmo grau de superioridade que os outros?

R: sim- mas as eternidades lhes serão mas longas: a idéia e que revive todas as vezes que sucumbem numa prova . Aqui os espíritos alegam que as pessoas para chegaram a um grau de superioridade assim como os anjos, terão que evoluir através de varias reencarnações, nem que isto leve toda a eternidade.


Refutação: reencarnação e o carro chefe da doutrina espírita, mas não há base na bíblia para tal discrepância. Kardec foi encanado, por estes espíritos que supostamente são chamados de espíritos do bem. Deus é o eterno imortal e não o homem ( 1 Timóteo 6.16) “ aquele que tem ele só a imortalidade, e habita na luz inacessível: a quem nenhum dos homens viu nem pode ver:” . E sua eternidade mostra que Deus é infinito em relação ao tempo,
Deus prometeu a imortalidade ao homem se na verdade houvesse obediência, mas por livre arbítrio este escolheu o caminho para a morte. Deus disse: certamente morreras, enquanto o inimigo de Deus dizia o oposto: “ certamente não morreras “
( que homem há que viva e não veja a morte? Ou que livre a sua alma do poder do mundo invisível?( salmos 89.48)
( hebreus 9.27) “ e, como aos homens esta ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disto, o juízo” ( Romanos 2.6,7 ) “ o qual recompensara cada um segundo as suas obras, a saber: a vida eterna aos que com perseverança em fazer bem, procuram gloria e honra e incorrupção) . Se a recompensa do que persevera em fazer o bem é a vida eterna, conclui-se com facilidade que o homem não é imortal.
Na bíblia na existe esta palavra reencarnação, mas sim ressurreição:
( 1 coríntios 15;52,53) “ num momento, num abrir e fechar de olhos, antes a ultima trombeta; porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Pó que convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade



Perguntas anjos e demônios

Os anjos, arcanjos, serafins, formam uma categoria especial, de natureza diferente dos outros espíritos?

R: não; são espíritos puros; os que se acham no mas alto grau da escala e reúnem todas as perfeições;

Refutação: querem insinuar que os anjos receberam este titulo por terem chegado a perfeição através de seus sofrimentos e reencarnações , e que em algum tempo ou de alguma forma evoluíram ate serem anjos, arcanjos e serafins, dando a entender que nós também poderemos um dia ao evoluir através das reencarnações, alcançar estes grau de superioridade, que é sermos anjos. Os anjos foram criados anjos e não são espíritos de pessoas que virem aqui na terra ou em outro planeta! ( Jô 38.4 ao 7) “ onde estava tu quando eu fundava a terra? Faze-mo saber se tem inteligência v,7 “ quando as estrelas da alva juntas e alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”
A palavra estrela na bíblia geralmente são para designar os anjos.



Em que sentido se deve entender da vida eterna?

R: A vida do espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retoma a vida eterna.

Refutação: novamente se faz uma grande confusão em relação a alma e o espírito, volto a repetir
Corpo + espírito = a alma vivente em outras palavras matéria + fôlego = alma vivente.
A vida eterna só terá aquele que obedecer os mandamentos de Deus, e isto vai ocorrer depois da ressurreição. O seu espírito voltara para um corpo transformado e voltara a existir como um ser, assim como os anjos no céu, ( Lucas 14.14) “ e serás bem aventurados: porque eles não tem com o que to recompensar: mas recompensado serás na ressurreição dos justos”


A reencarnação

Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?

R; sofrendo a prova de uma nova existência
Alegam eles que as pessoas sempre terão a oportunidade de melhorar através de varias reencarnações


Refutação; ( João 5.28,29 ) “ não vos maravilhes disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizerem o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para ressurreição da condenação

Qual é o fim objetivado da reencarnação?

R; Expiação, melhoria progressiva da humanidade.

Refutação: ( João 3.16) “ porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho, para aquela que nele crer não pereça mas tenha a vida eterna”
Não há melhoria e expiação dos pecados sem Jesus, pois se houvesse outro meio de salvação o cristo não precisaria morrer na cruz e derramar o seu sangue para expiação de nossas ofensas( Lucas 22.42) “ dizendo: pai se possível for afasta de mim este cálice, todavia não se faça a minha vontade mas a tua “
Você acha que o pai seria injusto de deixar morrer o seu único filho, se houvesse um outro meio de salvação? Claro que não ! Como pois alguns alegam que a reencarnação é o meio de salvação da humanidade? Se fosse possível o pai passaria o cálice da morte de seu filho para o projeto da suposta reencarnação!
Mas vida eterna só se encontra em JESUS, ( João 17.3) “ mas a vida eterna é esta: que conheçam a ti como o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a quem enviaste


Conservam os espíritos algumas de suas paixões ?

R; com o invólucro material os espíritos elevados deixam as paixões más e , só guardam a do bem. Quanto aos espíritos inferiores esses as conservam.

Refutação: “ porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tão pouco eles tem jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento, até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram, e já não tem parte alguma neste século, em alguma coisa do que se faz debaixo do céu” ( eclesiastes 9.5,6 )



Pode-se orar aos espíritos?

R: Pode-se orar aos espíritos bons, como sendo os mensageiros de Deus.

Refutação: na morte o homem esta sem consciência. Ele não tem vidas. Seu cérebro e sistema nervoso parou de funcionar( salmos 6.5) “ porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvara?
( salmos 115:17) “ os mortos não louvam ao senhor, nem os que descem ao silencio”
( Isaias 8, 19) “ quando vos disseram: consultai os que tem espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes: _ não recorrera um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-sião os mortos ?

Veja que Deus esta dizendo para o seu povo que é algo fora de lógica querer pedir socorro a pessoas mortas, pois afinal estamos vivos e como tal temos também um Deus que é vivo. Em outras palavras Deus esta querendo dizer que os mortos não podem fazer nada pelos vivos. Ainda que te digam para buscar os mortes não acreditem que eles possam lhe responder, pois morto não tem vida e sendo assim não falam e nem pensão coisa alguma!
Esta doutrina de consultar os mortos e oriunda do paganismo,e tem sido propagada entre o espiritismo e muitas religiões protestante.
o apostolo paulo diz que ainda que ele ou um anjo ensine outro evangelho que não seja o de Cristo seja considerado maldito

“Teria o Concílio de Constantinopla em 553 D.C, suprimido a doutrina da reencarnação?”
Segundo um pequeno opúsculo que anda circulando pela Internet parece que sim. Sob o título: “Porque a Reencarnação passou a ser condenada pela Igreja Católica”, o autor, Vivaldo J. de Araújo, afirma que o Concílio de Constantinopla – 553 D.C suprimiu a doutrina da reencarnação dos dogmas cristãos. Vejamos primeiramente as argumentações do autor e logo abaixo a refutação pormenorizada deste artigo.
Diz ele que, “Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência. Aconteceu, porém, que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela ressurreição, que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.
É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época, Virgílio, que subira ao poder através da criminosa intervenção do general Belisário, para quem os desejos de Teodora eram lei. E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5). Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos vaga-lumes, conforme narração do ilustre filósofo e pensador cristão, Huberto Rohden, em seu livro “Alegorias “, segundo a qual, os pirilampos aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe D. Sapiêncio, em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: ” Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente “.
E os vaga-lumes dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando – “se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido”. É o que deve ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave. “ (Vivaldo J. de Araújo é Professor e Procurador de Justiça do Estado de Goiás.)O-TEOLÓGICA DO ARTIGO CITADO ACIMA
Uma das doutrinas mais importantes dentro do Espiritismo kardecista é sem dúvida a reencarnação.
A título de conhecimento esta doutrina não é de origem ocidental foi emprestada das religiões orientais, principalmente hinduísta. É o mesmo que “palingenesia”, pluralidade de existências, vidas sucessivas, transmigração da alma. Também é um refinamento da “metempsicose”, que através de Allan Kardec, recebeu um colorido doutrinário ao gosto ocidental. Enquanto aquela permitia regressões na escala reencarnacionista, esta por sua vez no máximo permite o estagnatismo do indivíduo, mas nunca sua involução.
Como nosso mundo ocidental, está acostumado e doutrinado com os ensinamentos cristãos, é difícil empurrar doutrinas pagãs numa mentalidade cristã que à séculos vem sendo doutrinada pelos ensinamentos bíblicos. Allan Kardec percebendo essa dificuldade em popularizar tal doutrina de modo eficaz sem algum elo com a religião dominante ocidental, resolveu então inseri-la nos ensinamentos do Cristianismo para torná-la mais atraente aos olhos ocidentais.
Até hoje essa é a mesma tática de seitas orientais, elas tentam achar na Bíblia elos de ligações doutrinárias com seus ensinamentos, mesmo que para isso precise torcer a palavra de Deus. É o caso dos Hare Krishna , a Seicho-No-Iê, a Meditação Transcendental e outras.
No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Alan Kardec, tenta mesclar ensinamentos cristãos com a doutrina espírita. Chega a dizer que Jesus ensinava a doutrina da reencarnação e que esta fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição. É claro que tal argumento não passa de especulações infundadas. É uma alegação totalmente gratuita, pois em nenhum lugar da Bíblia se encontra o termo reencarnação e nenhuma menção ainda que indireta dessa doutrina é feita nos evangelhos ou nas cartas apostólicas. Mesmo porque, ressurreição e reencarnação não só etimologicamente como doutrinariamente são completamente diferentes.
Para dirimir este problema alguns espíritas então passaram a alegar que tal doutrina foi extirpada da religião cristã no Concílio de Constantinopla. Vejamos se tal acusação tem de fato fundamento:
É alegado pelo senhor Vivaldo J. de Araújo autor de um pequeno artigo espírita sobre o assunto que “Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação”
Cabe aqui uma pergunta oportuna: onde estão as provas para tal assertiva? Nenhuma citação de qualquer documento se quer é mencionado. Levando-se em conta que as provas materiais são os fundamentos das proposições, só isto bastaria para desacreditar este artigo. Elaborar pontos argumentativos em cima de especulações sem nenhum fundamento é temeroso, pois pode comprometer toda a base onde a tese se apóia. É bom saber que todos os historiadores gabaritados no assunto até hoje nunca mencionaram a reencarnação como parte do corpo doutrinário da igreja cristã. Até mesmo Kardec não chegou tão longe…
É dito ainda “que o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção”
Ora, o que questões políticas, tem a ver com reencarnações? Não vejo no que a doutrina da reencarnação poderia ser o pivô de complôs políticos. Este arranjo simplesmente carece de fundamentos lógicos. Não procede!
Uma razão tênue é dada em seguida como justificativa “É que Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, escravocrata desumana e muito preconceituosa, temia retornar ao mundo, na pele de uma escrava negra e, por isso, desencadeou uma forte pressão sobre o papa da época”
Considere por um instante o seguinte: é mesmo difícil de acreditar que meros preconceitos particulares da mulher do Imperador fosse capaz de mobilizar uma reforma política no império por causa da doutrina da reencarnação, que alegam – toda a cristandade acreditava até então.Ponderemos ainda por um momento: se a tal Teodora soubesse e acreditasse na suposta “doutrina cristã” da reencarnação sabendo que esta é uma lei irreversível e espiritual, posta mesmo pelo próprio Deus (como ensinam os espíritas), que diferença substancial iria ela fazer mudando a mentalidade da época, sendo que no final ela não teria controle sobre sua vida (carma), vindo mesmo a reencarnar numa escrava?! Adiantaria alguma coisa toda essa subversão a tal doutrina? Qual a vantagem prática que ela poderia tirar com uma simples mudança de crença, sendo que de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde ela poderia enfim reencarnar numa escrava?! Simplesmente toda essa estória não se encaixa de modo lógico e há uma forte razão para isso: ela é totalmente inverídica.
Prossegue nosso amigo espírita em suas explicações: “E assim, o Concílio realizado em Constantinopla, no ano de 553 D.C, resolveu rejeitar todo o pensamento de Orígenes de Alexandria, um dos maiores Teólogos que a Humanidade tem conhecimento. As decisões do Concílio condenaram, inclusive, a reencarnação admitida pelo próprio Cristo, em várias passagens do Evangelho, sobretudo quando identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).”
É interessante ressaltar que em nenhum momento o Concílio se quer mencionou a doutrina da reencarnação como ensina o espiritismo moderno. Não há em nenhuma de suas atas menção a tal doutrina oriental, e isto pode ser verificado ainda hoje através de uma tradução latina (o original da época se perdeu devido a invasão de Constantinopla em 1453). Por séculos a fé de milhões de cristãos se baseava apenas na ressurreição e não na reencarnação. Todos os documentos antigos de escritores cristãos antes desse concílio mencionam como base de fé a ressurreição. Por outro lado, esses mesmos escritores não pouparam esforços em rechaçar fortemente a reencarnação, doutrina esta alheia à fé cristã, só mencionada em seitas heréticas provindas do paganismo egípcio, babilônico ou hindu.
Também tenhamos em mente que não só este Concilio, mas todos os demais antes ou depois deste (mesmo sendo presidido pelo catolicismo já apostatado) se quer mencionaram alguma condenação sobre a reencarnação, simplesmente porque ela nunca foi ponto de fé dos cristãos.
É mesmo difícil de acreditar que uma doutrina que supostamente fosse parte do credo cristão desde a época de Cristo, houvesse sido retirada assim tão bruscamente sem nenhuma contestação por parte dos demais. Ora, na época, Roma ainda não dominava o mundo, o primeiro bispo romano com a investidura de papa propriamente dita só veio a aparecer no cenário mundial no VI século com Gregório o Grande. Roma nunca impôs sua autoridade doutrinária em toda a cristandade. Se a doutrina da reencarnação fosse dogma cristão, esperaríamos encontrar registrados nos anais da historia de vários protestos a respeito desta mudança. Mas o silêncio sobre isso é sepulcral e a razão é simples: nunca houve essa tal supressão doutrinária. Isso não passa de fantasia inventada para dar sentido à ausência desta doutrina nos dogmas cristãos, que, diga-se de passagem, não tem nada a ver com Cristo ou cristianismo, alardeado tantas vezes por Kardec sem nenhuma prova a seu favor.
É interessante a menção de Orígenes nesse episódio, e talvez toda a valides desta argumentação esposada pelos espíritas gira em torno de uma má compreensão da doutrina esposada por Orígenes.
Orígenes, ao contrário do que alegam muitos espíritas, não cria na reencarnação, mas na ressurreição. Certa vez combatendo algumas idéias heréticas chegou a condenar tal doutrina, dizendo que a Igreja de Deus nunca creu nisso. O que na verdade ele cria era num tipo de preexistência das almas (que muitos erroneamente confundem com reencarnação). Segundo ele toda pessoa já havia sido criada no céu como espírito e a terra funcionava como um tipo de provação às mesmas. A pessoa viria à terra de acordo com seu pecado em sua preexistência. Ela poderia receber a Cristo e ir para o céu novamente ou então rejeitá-lo e perder-se eternamente no inferno, mas em nenhum momento ele fala sobre as pessoas se reencarnar.
Orígenes na verdade chegou a refutar veementemente as idéias reencarnacionistas de um tal Basilídes que pretendeu basear-se para tal nas palavras de Paulo, “vivi outrora sem lei”. Chegou a chamar tal doutrina de fábulas ineptas e ímpias.
É digno de nota que esta doutrina foi elaborada por Orígenes como uma solução para o problema filosófico do mal, mas como não havia base bíblica para tal, foi sabiamente condenada neste Concílio. Não podemos ver ai nenhuma ligação com a doutrina kardecista da reencarnação, persistir nisso seria distorcer a realidade dos fatos.
Há de se ressaltar ainda que este Concilio nunca condenou nenhuma passagem se quer dos Evangelhos. Nenhum espírita conseguiu provar isso até hoje, mesmo assim preferem permanecer na pertinácia em afirmar esta história mítica inventada com o fito de solucionar a suposta omissão da reencarnação na Bíblia e na história da Igreja. Sugiro aos espíritas que sejam mais criteriosos em suas apologias, além de não ser honesto, não é nada inteligente basear sua defesa em fatos que nunca existiram, pois poderão ser facilmente desmascarados.
João Batista foi a reencarnação de Elias? Sim, segundo Araújo, Jesus supostamente “identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).”Esta tese elabora em gravíssimo erro por vários motivos, vejamos:
1. João Batista disse abertamente, sobre essa questão, quando lhe perguntaram: “És tu Elias?”, ele respondeu desembaraçadamente: “NÃO SOU” (conf. João 1:21). Parece que, se a reencarnação existe, João Batista foi um dos que nunca creu nela.
2. Quando Jesus fez esta comparação, eles tinham acabado de ver Elias e Moisés no monte da transfiguração.
Se Elias fosse João Batista reencarnado os espíritas entrariam em contradição com sua própria doutrina, veja:
João nesta altura já havia sido decapitado por Herodes, portanto estava morto. Ora, o próprio Kardec afirmou que “a reencarnação é a volta da alma à vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ela e que nada tem de comum com o antigo”. Como então, João Batista, apareceu no velho corpo na transfiguração? Não teria ele que aparecer (de acordo com a doutrina espírita) com o atual, da ultima reencarnação, isto é, com o corpo de João e não de Elias?
Ainda, segundo a doutrina espírita, o tal espírito se reencarna para purgar suas faltas do passado para progredir até ser espírito puro. Diz Kardec: “Toda a falta cometida, todo o mal praticado é uma dívida contraída que deverá ser paga.” (O Céu e o Inferno, pág. 88) Certamente, Elias mesmo sendo um profeta de Deus, tendo intimidade com Ele, parece que não havia progredido muito, visto que passou novamente pelas mesmas “provas” (como João Batista) para “limpar” seu suposto “carma” do passado.
A Bíblia diz categoricamente que “Está ordenado ao homem morrer uma só vez vindo depois disto o juízo” (Hebreus 9:27). Não existem várias mortes, mas uma só.
Demais disso, alguns judeus criam que João Batista fosse Elias ressuscitado, não reencarnado (Lucas 9:7,8).
2) Se a reencarnação é o ato ou efeito de reencarnar, pluralidade de existência com um só espírito, é evidente que um vivo não pode ser reencarnação de alguém que não morreu. Fica claro assim que João não era Elias já que Elias NÃO MORREU, como erroneamente quer fazer entender e com muita dificuldade nosso amigo espírita, tendo sido arrebatado vivo para Deus (conf. II Rs. 2:11).
Então porque Jesus disse que João era o Elias que havia de vir? Não precisamos recorrer à fantasiosa doutrina reencarnacionista para explicar esse ponto, deixemos que a Bíblia interprete a própria Bíblia.
João Batista iria adiante de Jesus no ESPIRITO E PODER de Elias e não que seria Elias reencarnado. (Lucas 1:17); Isto tem a ver com o ministério de ambos e não com reencarnação dos espíritos. Se seguirmos esta linha de pensamento, teremos de admitir que Elizeu e não João Batista era a reencarnação de Elias, pois diz a Bíblia que “Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte dele em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Reis 9:15). Mas um não poderia ser a reencarnação do outro, pois ambos viveram ao mesmo tempo. Quando vemos uma pessoa com as mesmas características de outra dizemos: este é um Pelé, um Picasso. Com isso não queremos dizer que um é a reencarnação do outro! Vejamos então as semelhanças entre o ministério de ambos os profetas:
ELIAS
=====
Profetizou em tempos de apostasia
Profetizou para aproximar o povo de Deus
Vestia –se com roupa de pele de ovelhas
Acabe (o rei) tinha medo de Elias
Jezabel pediu a vida de Elias
Pregava sobre o arrependimento e castigo
JOÃO BATISTA
============
Profetizou em tempos de apostasia
Profetizou para aproximar o povo de Deus
Vestia-se com roupa de pele de ovelhas
Herodes tinha medo de Elias
Herodias pediu a vida de João
Pregava sobre o arrependimento e castigo

Isto posto, rejeitamos essa tentativa de envolver o Concílio de Constantinopla numa doutrina que ele nunca tratou. A reencarnação nunca fez parte dos dogmas quer cristãos ou judaicos. É alheia ao corpo doutrinário judaico-cristão. É doutrina oriental refinada ao sabor ocidental. Não se baseia na Bíblia e nem de longe encontramos alguma menção mesmo que indireta a esta doutrina no livro sagrado ou na história da igreja. Somente pessoas obstinadas levadas por pressupostos errôneos e preconceituosos ainda persistem em acreditar poder encontrar vestígios dessa doutrina na Bíblia. Querer juntar doutrinas espíritas com doutrinas cristãs é querer unir o que Deus separou para sempre.

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