terça-feira, 19 de julho de 2022

Jesus nasceu na plenitude dos tempos para nos salvar

  Por: Jânio Santos de Oliveira

  Pastor e professor da Igreja evangélica Assembléia de Deus em Santa Cruz da Serra

 Pastor Presidente: Eliseu Cadena

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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!  

 




 Nesta oportunidade estaremos abrindo a Palavra de Deus que se encontra na epístola de Paulo aos Gálatas 4.4 que nos diz:

 

Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,

 

O que é a dispensação da plenitude dos tempos citada na Bíblia?

Paulo está falando sobre as bênçãos de Deus vindas sobre nós a partir de Jesus Cristo.

 

Entre as várias coisas, diz que fomos escolhidos Nele antes da fundação do mundo (Ef 1:4); diz que nos predestinou para ele (Ef 1:4); diz que nos deu a redenção e a remissão pelo Seu sangue derramado (Ef 1:7); diz que fomos alvos da Sua graça abundante derramada sobre nós (Ef 1:7-8); diz que o mistério da Sua vontade foi desvendado a nós (Ef 1:9).

 

E é aqui que entra agora o verso da nossa análise: “de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra” (Ef 1:10).

Quando Paulo fala de “mistério” em Efésios 1:9 está falando de algo que não era conhecido antes, mas agora, através de Cristo, passa a ser conhecido, ou seja, não é mais um mistério, foi desvendado, clareado, mostrado por Deus.

 

E isso é a obra realizada por Cristo em nosso favor (principalmente sobre os gentios no texto em questão). Paulo desvenda de forma claríssima essa obra realizada por Cristo. Essa obra teve uma etapa realizada “no tempo”, ou seja, em um momento específico aqui nessa terra, segundo aquilo que Deus já havia determinado no céu.

 

Foi no momento apropriado de acordo com o decreto de Deus para que Sua vontade seja cumprida. Isso quer dizer que a plenitude dos tempos é quando as estações precedentes estabelecidas por Deus se completam, ou seja, é o “tempo certo”. Então a plenitude dos tempos marca o cumprimento de um período.

 

Há dois textos bíblicos no Novo Testamento que trazem a expressão “plenitude dos tempos”. O primeiro está na Epístola aos Gálatas: “Assim também nós, quando éramos menores, estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei; para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4:3-5).

 

Já o segundo está na Carta aos Efésios: “Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento. E nos revelou o mistério da sua vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo; isto é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1:7-10).

 

No original, a expressão “plenitude dos tempos” não é idêntica nas duas passagens, mas é semelhante. Nas duas passagens a palavra “plenitude” traduz o grego pleroma que significa “aquilo que é preenchido”. No sentido de tempo, essa palavra denota “consumação”, “cumprimento”, “realização”.

 

Então a diferença entre as duas passagens está no termo traduzido pela palavra “tempo”. No texto de Gálatas a palavra “tempo” traduz o grego chronos que é usado geralmente para indicar o sentido quantitativo e sequencial do tempo, isto é, o tempo “cronológico”. Já no texto de Efésios a palavra “tempo” traduz o termo grego kairos que geralmente é aplicado para indicar o sentido qualitativo do tempo enfatizando “o momento”.

Na plenitude dos tempos, ou seja, no tempo determinado, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher e sob a lei.

Cristo nasceu de mulher para ser participante da carne e do sangue para que em tudo fosse semelhante aos seus irmãos ( Hb 2:14 e Hb 2:17 ).

Da mesma forma, para ser herdeiro da promessa, o homem necessita ser participante da carne e do sangue do Descendente, que é Cristo para alcançar a idoneidade “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” ( Jo 6:53 ).

 

Tanto na Carta aos Gálatas quanto na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo fala da plenitude dos tempos em conexão com o plano de redenção. No texto de Gálatas a “plenitude do tempo” significa o momento exato predeterminado pelo Pai em seu plano eterno no qual Cristo entrou no cenário da história humana.

 

O Verbo encarnou quando todos os eventos preparatórios foram cumpridos, significando que o longo período de tempo – chronos havia chegado ao seu final. Isso quer dizer que embora o plano de Deus tenha sido estabelecido na eternidade, esse plano se concretiza no tempo quando tudo o que foi estabelecido se completa.

 

Daí é possível entender também a correlação dos textos de Gálatas e Efésios; pois aos crentes efésios Paulo fala da plenitude dos tempos como sendo o momento no tempo em que se concretiza o plano eterno do Pai, segundo o seu beneplácito, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.

 

A Era Cristã.

 

E um período que marca sistemas, computa intervalos de tempo determinados, com base em princípios astronômicos. Os calendários são baseados em unidades de tempo heterogêneas: as resoluções da Lua ou a translação aparente do Sol, conforme são apresentados pela ciência moderna. A escolha das unidades de tempo para periodizar a História é lógica em alguns casos e resultado do hábito em outros. A utilização da Era Cristã (E.C.) é um hábito entre escritores do Ocidente.

 

 Definições de tempos e períodos.

 

 A fim de que entendamos o que significa a expressão “plenitude dos tempos”(Gl 4.4), faremos algumas definições.

 

Na Antiguidade, a datação dos anos partia do início de certos reinados. Os romanos contavam os anos a partir da fundação de Roma. Os gregos usavam como referência os Jogos Olímpicos. A cronologia cristã firmou-se, definitivamente, no fim da Idade Média. Mas não é a única que existe. Os árabes contam os anos a partir da Hégira, fuga de Muhamad (vulgarmente, Maomé) para Medina, em 16 de julho de 622 da E.C. A aceitação universal da cronologia cristã fez com que os anos anteriores ao nascimento de Cristo passassem a ser contados de trás para frente (e.g. 10 a.C.).

 

1)    Geração.

 

Um período de 25 a trinta anos corresponde a uma geração, tempo em que os indivíduos passam a constituir família e gerar filhos. Um século engloba quatro gerações. Entre os teólogos, existem opiniões de que uma geração cobre um período de quarenta anos; para os judeus, a palavra “geração” podia indicar a sucessão do pai por um filho (Mt I.I-I7 ; Lc 3.23-38).

 

2) Idade e época.

 

 Idade é um espaço de tempo durante o qual ocorreram fatos notáveis (Idade Média, Idade do Bronze, Idade do Ferro,).

 

 Época é um período iniciado por fato importante (Época do Dilúvio, Época do Renascimento).

 

1)    Período e etapa.

 

Período é o espaço de tempo entre dois acontecimentos ou duas datas; certo número de anos que mede o tempo de modo diverso para cada nação (o período tinita, o período ático). Etapa é parte de um processo que se realiza de uma só vez.

 

2)    Fase e tempo.

 

Fase é um estado transitório, menor que a etapa ou o período. Tempo divide-se em três partes: passado, presente e futuro.

O tempo sem o movimento não seria tempo. Seria eternidade. O tempo é, pois, uma espécie de números. Mas não é um número descontínuo; é um número contínuo e fluente.

 

 3)    Dispensação.

 

É um período de tempo em que o homem é experimentado em relação à sua obediência a alguma revelação especial da vontade divina.

 

A frase vem do latim iispensatio e significa “dispensar”, “distribuir”.

 

4)    Eternidade.

 

 E um atributo que decorre da imutabilidade.

 

 O termo denota, com efeito, aquilo que não muda e não pode mudar de maneira alguma.

 

A eternidade é diferente do tempo.

 

O tempo corresponde ao que muda, ao que comporta a sucessão e o vir-a-ser.

 

 A eternidade é uma duração, quer dizer, uma permanência de ser, sem nenhuma sucessão; sem começo nem fim. Jesus nasceu em Belém. A profecia de Miquéias dizia que o Messias prometido aos filhos de Israel, nasceria em Belém, que, mesmo pequena em dimensões, tornou-se notória pelo nascimento e pela infância de Davi, que nela nasceu e cresceu. Contudo, o que mais imortalizou o seu nome foi sem dúvida o nascimento de Cristo. A palavra “belém” significa “casa de pão” (hb.) e “casa de carne” (ar.). A cidade de Belém está localizada cerca de nove quilômetros ao sul de Jerusalém, sobre uma colina rochosa, com uma população de aproximadamente quarenta mil habitantes. Seu nome primitivo era Efrata (Gn 35.19). Belém aparece pela primeira vez ligada a morte e sepultamento de Raquel, esposa de Jacó (Gn 35.19). Posteriormente, tornou-se famosa pela história de Rute, bisavó de Davi, nascida ali. Foi essa cidade escolhida por Deus para que nela Maria desse à luz ao seu primogênito: o Senhor Jesus (M q 5.2; Mt 2.1-6). Por isso, José, que era da casa e família de Davi, veio a Belém para se alistar com Maria, sua mulher (Lc 2.4-5). Desde esse acontecimento, que marcou a transição entre o Antigo e o Novo Testamentos, essa cidade se fez imortal. Atualmente, há em Belém duas pequenas entradas que conduzem a uma gruta, a da Natividade, que tem forma retangular e é iluminada por candelabros. Uma estrela de ouro, com a inscrição em latim Hic de Mana Virgine Jesus Chrístus natus este (“Aqui nasceu Jesus da Virgem Maria”), assinala o lugar do nascimento de Cristo. Uma manjedoura está situada à direita.

 

A visita dos anjos. Corroborando o que dizem as Escrituras (I Tm 3.16; Hb I.6)

 

 Como foi constante a assistência dos anjos ao Senhor Jesus.

No seu nascimento eles foram seus arautos e com hinos exultantes anunciaram as boas novas à humanidade (Lc 2.10-12,15-17).

Um anjo dirigiu sua fuga ao Egito (e o regresso) através de sonhos (M t 2.13-20).

Na tentação, os anjos o serviram;

Em sua agonia, o socorreram;

Na sua ressurreição, foram os primeiros a proclamar o seu triunfo;

Na sua ascensão, o escoltaram até ao trono; e,

Quando Ele voltar para julgar o mundo da presente Era, formarão o seu séquito

 

Quanto ao futuro

 

Embora evidentemente no texto de Efésios haja uma ênfase escatológica quando a história da redenção alcançar seu cumprimento pleno, a expressão “plenitude dos tempos” não se limita simplesmente a esse aspecto futuro.

A expressão “plenitude dos tempos” tem a ver com toda a Era do Novo Testamento; particularmente com o período que teve início com a ressurreição e coroação de Cristo.

 

Em harmonia com o texto de Gálatas, o Senhor Jesus Cristo veio na plenitude dos tempos trazendo redenção ao povo eleito de Deus, e hoje, exaltado, Ele governa o universo. Isso quer dizer que já na presente Era, tudo o que há nos céus e na terra, seja material ou espiritual, está sob o domínio de Cristo.

 

Mas isso, no entanto, é um mistério. Em outras palavras, num certo sentido o governo de Cristo ainda possui um caráter oculto; de modo que só sabemos a seu respeito porque nos foi revelado na Escritura; bem como só podemos contemplar o Cristo coroado no trono do universo pela fé (Hebreus 2:8,9). Mas a história da redenção caminha para o seu desfecho final, quando Cristo regressará gloriosamente e pronunciará o seu juízo (1 Coríntios 15:24,25).

 

Então quando a medida de tempo estiver completa em seu aspecto final, ou seja, na plenitude dos tempos em seu sentido mais específico, o governo de Cristo sobre todas as coisas será manifestado de forma visível, cumprindo assim de forma plena e final todo o plano eterno divino.

 

 Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.

 

Para remir os que estavam debaixo da lei foi preciso:

 

A plenitude dos tempos;

O Filho de Deus ser enviado; o verbo encarnado nascer de mulher e estar sob a lei.

A vinda de Cristo ao mundo cumpre o tempo determinado pelo Pai, momento que torna possível àqueles que estão reduzidos à servidão (judeus), receber a adoção de filhos, ou seja, serem idôneos para participar da herança.

 

Ao fazer alusão à condição em que ele e os cristãos judeus eram ‘meninos’ (reduzidos à escravidão), o apóstolo Paulo demonstra que esteve sob a tutela da lei. A lei tinha a função de ‘tutor’ e ‘curador’, e estipulava o que o ‘menino’ devia ou não fazer até o tempo estabelecido pelo pai, quando tomaria posse da herança.

 

A filiação decorre de nascimento, já a adoção, neste versículo, refere-se ao processo em que o ‘menino’ passa a condição de idôneo para participar da herança do pai “Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” ( Rm 9:3 -5).

 

A adoção de filhos refere-se à filiação divina ou a herança dos israelitas? Eles eram filhos de Deus por serem descendentes da carne e do sangue de Abraão? Não! A filiação somente decorre de nascimento.

 

Para ser um dos filhos de Deus é necessário ser gerado d’Ele, através da semente incorruptível.

 

Os descendentes de Abraão não eram filhos de Deus e nem idôneos para participar da herança (Rm 9:8 ). Os judeus foram formados em iniquidade e concebidos em pecado como todos os outros homens (Sl 51:5 ). Mesmo sendo descendentes de Abraão, estavam retidos pela lei, estavam reduzidos à escravidão por serem nascidos segundo a vontade do varão, segundo a vontade da carne e do sangue (Jo 1:13 ).

 

Cristo, o Descendente, veio na plenitude dos tempos resgatar os que estavam debaixo da lei, livrando-os da condição a que foram reduzidos. Os judeus que creram passaram a pertencer a Cristo na condição de filhos de Abraão e herdeiros, conforme a promessa segundo a fé que o Descendente revelou (Gl 3:29 ; 3:23 ).

 

Os judeus reputavam que a herança decorria da lei, porém, o apóstolo Paulo demonstra que a herança decorre da promessa, sendo alcançada pela fé revelada ( Gl 3:18 ). Quando o Descendente chegou na plenitude dos tempos, sendo ele quem tinha a promessa ( Gl 3:19 ), resgatou os judeus para que eles recebessem a promessa do Espírito, que é o penhor da herança ( Gl 3:14 ).

 

Da mesma forma que Cristo resgatou os judeus, também resgatou os gentios, visto que a promessa dada a Abraão diz do Descendente e de todas as famílias da terra. Para alcançar a bênção de Abraão basta qualquer homem crer em Cristo conforme Abraão creu na promessa.

 

Observe que o versículo seguinte estabelece a diferença na argumentação do apóstolo Paulo quanto aos gentios na condição de escravos, e os judeus na condição de meninos: “Ele nos resgatou para que a benção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebêssemos a promessa do Espírito“ ( Gl 3:14 ).

 

Nos versos seguinte o apóstolo Paulo apresenta pontos importantes do Testamento que estipula a herança que será concedida ao herdeiro que alcançar a idoneidade ( Gl 3:15 e Gl 4:1 -2).

 

A adoção

A promessa de Deus a Abraão constitui-se um testamento, e ninguém o anula ou pode acrescentar coisa alguma ( Gl 3:15 ). As promessas foram feitas a Abraão e diz do seu Descendente, que é Cristo ( Gl 3:15 ).

 

Deus prometeu fazer de Abraão uma grande nação e que nele seriam benditas todas as famílias da terra ( Gl 3:8 ). Porém, havia um tempo estabelecido por Deus para que a promessa fosse levada a efeito, e para isso, havia a necessidade da vinda do Descendente ( Gl 4:4 ).

 

Os descendentes de Abraão embora tivessem a promessa, não podiam herdá-la, enquanto não viesse o Descendente, por quem a adoção de filho é concedida. Eles estavam reduzidos à servidão, debaixo da lei, e em nada diferiam dos gentios.

 

Os gentios acabaram por receber a filiação divina através do Descendente e passaram à condição de filhos de Abraão por meio da fé. A bênção de Abraão chegou aos gentios através do Descendente, que é Cristo.

 

Mas, o Testamento (promessa) confirmado a Abraão não fez distinção entre os descendentes de Abraão e os gentios. Embora os descendentes de Abraão estivessem sob tutores e curadores até o tempo determinado por Deus, eles em nada diferiam dos gentios, pois Deus não faz acepções de pessoas.

 

Para adquirir a condição de filhos de Deus, é preciso crer no descendente, por quem é a promessa e a herança, e nisto não há distinção entre gentios e judeus ( Gl 3:26 ).

 

Se os judeus pensavam estar em uma condição privilegiada por serem ‘meninos’, o apóstolo Paulo demonstra que em nada diferiam dos escravos, e que eles não tinha direito à herança.

 

Todos quantos creem em Cristo são de novo gerados, criados idôneos para participar da herança dos santos na luz. Não são meninos, e não precisam de tutores e curadores.

 

Os judeus que têm a adoção de filhos, ou seja, a promessa da herança necessita crer em Cristo, o Descendente, para que sejam resgatados da lei pela fé em Cristo. Os descendentes de Abraão que foram reduzidos à escravidão por causa da lei, são alçados a idoneidade, deixando de ser meninos e com direito pleno à herança.

 

Desta forma, não há gentios ou gregos, pois todos são descendentes, ou melhor, filhos de Abraão, herdeiros conforme a promessa, pela fé em Cristo ( Gl 3:26 ).

 

6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.

 

Os judeus eram descendentes de Abraão e deles era a adoção por causa do Descendente (herança em testamento), porém não tinham em seus corações o Espírito do Descendente que clama: Aba, Pai.

 

Como entender a colocação seguinte: os que são da fé são filhos de Deus (filhos de Abraão) ( Gl 3:6 ). Os descendentes de Abraão refere-se aos seus filhos segundo a carne ( Jo 8:37 ), ou seja, a descendência de Abraão não concede aos judeus a filiação divina. João Batista disse que não basta dizer temos por Pai a Abraão, antes precisavam mudar de conceitos acerca de como se alcança a filiação divina, uma vez que até mesmo das pedras Deus pode constituir filhos para si ( Mt 3:9 ).

 

Todos os cristãos são filhos de Deus (ou, filhos de Abraão) pela fé em Cristo, e por fé não há distinção quanto às origens carnais, podendo ser judeu ou gentil ( Gl 3:26 ). Ou seja, todos quantos creem, se revestem de Cristo, por serem batizados em Cristo. Para ser batizado em Cristo é preciso fazer parte da carne e do sangue, tornando-se um em Cristo. Desta maneira, os cristãos além de serem filhos de Abraão (filhos de Deus), são descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa “E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” ( Gl 3:29 ).

Por participar da carne e do sangue do Descendente pela fé (Cristo) os gentios tornam-se filhos de Abraão (filhos de Deus), e também descendentes de Abraão. Desta maneira não há distinção alguma entre gentios e judeus.

 

Os judeus eram descendentes de Abraão por terem vínculo de sangue (adoção de filhos), mas não eram filhos de Deus (filhos de Abraão), por não terem recebido pela fé a promessa do Espírito, o seja, o Espírito do Descendente, que clama: Aba, Pai (v. 6).

 

Os que ‘estavam sob a lei’ (judeus) e aceitaram a Cristo pela fé, são filhos de Deus, pois receberam do Santo Espírito em seus corações.

 

 7 Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.

 

Conforme o que foi exposto anteriormente, o apóstolo conclui: “Assim que já não és mais servo…”. A quem o apóstolo Paulo direcionou esta conclusão? Aos escravos que em nada diferiam dos herdeiros quando eram ‘meninos’.

 

Observe que, quando o apóstolo enfatiza que os cristãos são herdeiros, ele quer demonstrar a total garantia de que, como filhos, possuem uma herança por meio da promessa assim como Abraão.

A expressão “plenitude dos tempos” demonstra o caráter da encarnação do Messias a qual acontece em um ponto preciso da história da humanidade  e coloca em evidência o valor messiânico; “enviou Deus”: missão do Filho Jesus enviado pelo Pai. Gl 4,4 e 4,6;

A expressão “plenitude dos tempos” confirma a espera da humanidade pela sua salvação e a concretização desta obra pelo filho de Deus Jesus no momento designado por Deus.