Por: Jânio Santos de Oliveira
Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!
Mas, vindo a plenitude
dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
O que é a dispensação
da plenitude dos tempos citada na Bíblia?
Paulo está falando
sobre as bênçãos de Deus vindas sobre nós a partir de Jesus Cristo.
Entre as várias coisas,
diz que fomos escolhidos Nele antes da fundação do mundo (Ef 1:4); diz que
nos predestinou para ele (Ef 1:4); diz que nos deu a redenção e a remissão pelo
Seu sangue derramado (Ef 1:7); diz que fomos alvos da Sua graça abundante
derramada sobre nós (Ef 1:7-8); diz que o mistério da Sua vontade foi
desvendado a nós (Ef 1:9).
E é aqui que entra
agora o verso da nossa análise: “de fazer convergir nele, na dispensação da
plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra” (Ef
1:10).
Quando Paulo fala de
“mistério” em Efésios 1:9 está falando de algo que não era conhecido antes, mas
agora, através de Cristo, passa a ser conhecido, ou seja, não é mais um
mistério, foi desvendado, clareado, mostrado por Deus.
E isso é a obra
realizada por Cristo em nosso favor (principalmente sobre os gentios no texto
em questão). Paulo desvenda de forma claríssima essa obra realizada por Cristo.
Essa obra teve uma etapa realizada “no tempo”, ou seja, em um momento
específico aqui nessa terra, segundo aquilo que Deus já havia determinado no
céu.
Foi no momento
apropriado de acordo com o decreto de Deus para que Sua vontade seja cumprida.
Isso quer dizer que a plenitude dos tempos é quando as estações precedentes
estabelecidas por Deus se completam, ou seja, é o “tempo certo”. Então a
plenitude dos tempos marca o cumprimento de um período.
Há dois textos bíblicos
no Novo Testamento que trazem a expressão “plenitude dos tempos”. O primeiro
está na Epístola aos Gálatas: “Assim também nós, quando éramos menores,
estávamos escravizados aos princípios elementares do mundo. Mas, quando chegou
a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo
da lei, a fim de redimir os que estavam sob a lei; para que recebêssemos a
adoção de filhos” (Gl 4:3-5).
Já o segundo está na
Carta aos Efésios: “Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos
pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual ele derramou sobre
nós com toda a sabedoria e entendimento. E nos revelou o mistério da sua
vontade, de acordo com o seu bom propósito que ele estabeleceu em Cristo; isto
é, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na
dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1:7-10).
No original, a
expressão “plenitude dos tempos” não é idêntica nas duas passagens, mas é
semelhante. Nas duas passagens a palavra “plenitude” traduz o grego pleroma que
significa “aquilo que é preenchido”. No sentido de tempo, essa palavra denota
“consumação”, “cumprimento”, “realização”.
Então a diferença entre
as duas passagens está no termo traduzido pela palavra “tempo”. No texto de
Gálatas a palavra “tempo” traduz o grego chronos que é usado geralmente para
indicar o sentido quantitativo e sequencial do tempo, isto é, o tempo
“cronológico”. Já no texto de Efésios a palavra “tempo” traduz o termo grego
kairos que geralmente é aplicado para indicar o sentido qualitativo do tempo
enfatizando “o momento”.
Na plenitude dos
tempos, ou seja, no tempo determinado, Deus enviou o seu Filho, nascido de
mulher e sob a lei.
Cristo nasceu de mulher
para ser participante da carne e do sangue para que em tudo fosse semelhante
aos seus irmãos ( Hb 2:14 e Hb 2:17 ).
Da mesma forma, para
ser herdeiro da promessa, o homem necessita ser participante da carne e do
sangue do Descendente, que é Cristo para alcançar a idoneidade “Jesus, pois,
lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do
Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos” (
Jo 6:53 ).
Tanto na Carta aos
Gálatas quanto na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo fala da plenitude dos
tempos em conexão com o plano de redenção. No texto de Gálatas a “plenitude do
tempo” significa o momento exato predeterminado pelo Pai em seu plano eterno no
qual Cristo entrou no cenário da história humana.
O Verbo encarnou quando
todos os eventos preparatórios foram cumpridos, significando que o longo
período de tempo – chronos havia chegado ao seu final. Isso quer dizer que
embora o plano de Deus tenha sido estabelecido na eternidade, esse plano se
concretiza no tempo quando tudo o que foi estabelecido se completa.
Daí é possível entender
também a correlação dos textos de Gálatas e Efésios; pois aos crentes efésios
Paulo fala da plenitude dos tempos como sendo o momento no tempo em que se
concretiza o plano eterno do Pai, segundo o seu beneplácito, de fazer convergir
em Cristo todas as coisas, tanto as do céu como as da terra.
A Era Cristã.
E um período que marca
sistemas, computa intervalos de tempo determinados, com base em princípios
astronômicos. Os calendários são baseados em unidades de tempo heterogêneas: as
resoluções da Lua ou a translação aparente do Sol, conforme são apresentados
pela ciência moderna. A escolha das unidades de tempo para periodizar a
História é lógica em alguns casos e resultado do hábito em outros. A utilização
da Era Cristã (E.C.) é um hábito entre escritores do Ocidente.
Definições de tempos e períodos.
A fim de que entendamos o que significa a
expressão “plenitude dos tempos”(Gl 4.4), faremos algumas definições.
Na Antiguidade, a
datação dos anos partia do início de certos reinados. Os romanos contavam os
anos a partir da fundação de Roma. Os gregos usavam como referência os Jogos
Olímpicos. A cronologia cristã firmou-se, definitivamente, no fim da Idade
Média. Mas não é a única que existe. Os árabes contam os anos a partir da
Hégira, fuga de Muhamad (vulgarmente, Maomé) para Medina, em 16 de julho de 622
da E.C. A aceitação universal da cronologia cristã fez com que os anos
anteriores ao nascimento de Cristo passassem a ser contados de trás para frente
(e.g. 10 a.C.).
1) Geração.
Um período de 25 a
trinta anos corresponde a uma geração, tempo em que os indivíduos passam a
constituir família e gerar filhos. Um século engloba quatro gerações. Entre os
teólogos, existem opiniões de que uma geração cobre um período de quarenta
anos; para os judeus, a palavra “geração” podia indicar a sucessão do pai por
um filho (Mt I.I-I7 ; Lc 3.23-38).
2) Idade e época.
Idade é um espaço de tempo durante o qual
ocorreram fatos notáveis (Idade Média, Idade do Bronze, Idade do Ferro,).
Época é um período iniciado por fato
importante (Época do Dilúvio, Época do Renascimento).
1) Período e etapa.
Período é o espaço de
tempo entre dois acontecimentos ou duas datas; certo número de anos que mede o
tempo de modo diverso para cada nação (o período tinita, o período ático).
Etapa é parte de um processo que se realiza de uma só vez.
2) Fase e tempo.
Fase é um estado
transitório, menor que a etapa ou o período. Tempo divide-se em três partes:
passado, presente e futuro.
O tempo sem o movimento
não seria tempo. Seria eternidade. O tempo é, pois, uma espécie de números. Mas
não é um número descontínuo; é um número contínuo e fluente.
3)
Dispensação.
É um período de tempo
em que o homem é experimentado em relação à sua obediência a alguma revelação
especial da vontade divina.
A frase vem do latim
iispensatio e significa “dispensar”, “distribuir”.
4) Eternidade.
E um atributo que decorre da imutabilidade.
O termo denota, com efeito, aquilo que não
muda e não pode mudar de maneira alguma.
A eternidade é
diferente do tempo.
O tempo corresponde ao
que muda, ao que comporta a sucessão e o vir-a-ser.
A eternidade é uma duração, quer dizer, uma
permanência de ser, sem nenhuma sucessão; sem começo nem fim. Jesus nasceu em
Belém. A profecia de Miquéias dizia que o Messias prometido aos filhos de
Israel, nasceria em Belém, que, mesmo pequena em dimensões, tornou-se notória
pelo nascimento e pela infância de Davi, que nela nasceu e cresceu. Contudo, o
que mais imortalizou o seu nome foi sem dúvida o nascimento de Cristo. A
palavra “belém” significa “casa de pão” (hb.) e “casa de carne” (ar.). A cidade
de Belém está localizada cerca de nove quilômetros ao sul de Jerusalém, sobre
uma colina rochosa, com uma população de aproximadamente quarenta mil
habitantes. Seu nome primitivo era Efrata (Gn 35.19). Belém aparece pela
primeira vez ligada a morte e sepultamento de Raquel, esposa de Jacó (Gn
35.19). Posteriormente, tornou-se famosa pela história de Rute, bisavó de Davi,
nascida ali. Foi essa cidade escolhida por Deus para que nela Maria desse à luz
ao seu primogênito: o Senhor Jesus (M q 5.2; Mt 2.1-6). Por isso, José, que era
da casa e família de Davi, veio a Belém para se alistar com Maria, sua mulher
(Lc 2.4-5). Desde esse acontecimento, que marcou a transição entre o Antigo e o
Novo Testamentos, essa cidade se fez imortal. Atualmente, há em Belém duas
pequenas entradas que conduzem a uma gruta, a da Natividade, que tem forma
retangular e é iluminada por candelabros. Uma estrela de ouro, com a inscrição
em latim Hic de Mana Virgine Jesus Chrístus natus este (“Aqui nasceu Jesus da
Virgem Maria”), assinala o lugar do nascimento de Cristo. Uma manjedoura está
situada à direita.
A visita dos anjos.
Corroborando o que dizem as Escrituras (I Tm 3.16; Hb I.6)
Como foi constante a assistência dos anjos ao
Senhor Jesus.
No seu nascimento eles
foram seus arautos e com hinos exultantes anunciaram as boas novas à humanidade
(Lc 2.10-12,15-17).
Um anjo dirigiu sua
fuga ao Egito (e o regresso) através de sonhos (M t 2.13-20).
Na tentação, os anjos o
serviram;
Em sua agonia, o
socorreram;
Na sua ressurreição,
foram os primeiros a proclamar o seu triunfo;
Na sua ascensão, o
escoltaram até ao trono; e,
Quando Ele voltar para
julgar o mundo da presente Era, formarão o seu séquito
Quanto ao futuro
Embora evidentemente no
texto de Efésios haja uma ênfase escatológica quando a história da redenção
alcançar seu cumprimento pleno, a expressão “plenitude dos tempos” não se
limita simplesmente a esse aspecto futuro.
A expressão “plenitude
dos tempos” tem a ver com toda a Era do Novo Testamento; particularmente com o
período que teve início com a ressurreição e coroação de Cristo.
Em harmonia com o texto
de Gálatas, o Senhor Jesus Cristo veio na plenitude dos tempos trazendo
redenção ao povo eleito de Deus, e hoje, exaltado, Ele governa o universo. Isso
quer dizer que já na presente Era, tudo o que há nos céus e na terra, seja
material ou espiritual, está sob o domínio de Cristo.
Mas isso, no entanto, é
um mistério. Em outras palavras, num certo sentido o governo de Cristo ainda
possui um caráter oculto; de modo que só sabemos a seu respeito porque nos foi
revelado na Escritura; bem como só podemos contemplar o Cristo coroado no trono
do universo pela fé (Hebreus 2:8,9). Mas a história da redenção caminha para o
seu desfecho final, quando Cristo regressará gloriosamente e pronunciará o seu
juízo (1 Coríntios 15:24,25).
Então quando a medida
de tempo estiver completa em seu aspecto final, ou seja, na plenitude dos
tempos em seu sentido mais específico, o governo de Cristo sobre todas as
coisas será manifestado de forma visível, cumprindo assim de forma plena e
final todo o plano eterno divino.
Para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos.
Para remir os que
estavam debaixo da lei foi preciso:
A plenitude dos tempos;
O Filho de Deus ser
enviado; o verbo encarnado nascer de mulher e estar sob a lei.
A vinda de Cristo ao
mundo cumpre o tempo determinado pelo Pai, momento que torna possível àqueles
que estão reduzidos à servidão (judeus), receber a adoção de filhos, ou seja,
serem idôneos para participar da herança.
Ao fazer alusão à condição
em que ele e os cristãos judeus eram ‘meninos’ (reduzidos à escravidão), o
apóstolo Paulo demonstra que esteve sob a tutela da lei. A lei tinha a função
de ‘tutor’ e ‘curador’, e estipulava o que o ‘menino’ devia ou não fazer até o
tempo estabelecido pelo pai, quando tomaria posse da herança.
A filiação decorre de
nascimento, já a adoção, neste versículo, refere-se ao processo em que o
‘menino’ passa a condição de idôneo para participar da herança do pai “Porque
eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que
são meus parentes segundo a carne; Que são israelitas, dos quais é a adoção de
filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; Dos
quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos,
Deus bendito eternamente. Amém” ( Rm 9:3 -5).
A adoção de filhos
refere-se à filiação divina ou a herança dos israelitas? Eles eram filhos de
Deus por serem descendentes da carne e do sangue de Abraão? Não! A filiação
somente decorre de nascimento.
Para ser um dos filhos
de Deus é necessário ser gerado d’Ele, através da semente incorruptível.
Os descendentes de
Abraão não eram filhos de Deus e nem idôneos para participar da herança (Rm 9:8
). Os judeus foram formados em iniquidade e concebidos em pecado como todos os
outros homens (Sl 51:5 ). Mesmo sendo descendentes de Abraão, estavam retidos
pela lei, estavam reduzidos à escravidão por serem nascidos segundo a vontade
do varão, segundo a vontade da carne e do sangue (Jo 1:13 ).
Cristo, o Descendente,
veio na plenitude dos tempos resgatar os que estavam debaixo da lei,
livrando-os da condição a que foram reduzidos. Os judeus que creram passaram a
pertencer a Cristo na condição de filhos de Abraão e herdeiros, conforme a
promessa segundo a fé que o Descendente revelou (Gl 3:29 ; 3:23 ).
Os judeus reputavam que
a herança decorria da lei, porém, o apóstolo Paulo demonstra que a herança
decorre da promessa, sendo alcançada pela fé revelada ( Gl 3:18 ). Quando o
Descendente chegou na plenitude dos tempos, sendo ele quem tinha a promessa (
Gl 3:19 ), resgatou os judeus para que eles recebessem a promessa do Espírito,
que é o penhor da herança ( Gl 3:14 ).
Da mesma forma que
Cristo resgatou os judeus, também resgatou os gentios, visto que a promessa
dada a Abraão diz do Descendente e de todas as famílias da terra. Para alcançar
a bênção de Abraão basta qualquer homem crer em Cristo conforme Abraão creu na
promessa.
Observe que o versículo
seguinte estabelece a diferença na argumentação do apóstolo Paulo quanto aos
gentios na condição de escravos, e os judeus na condição de meninos: “Ele nos
resgatou para que a benção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e
para que pela fé nós recebêssemos a promessa do Espírito“ ( Gl 3:14 ).
Nos versos seguinte o
apóstolo Paulo apresenta pontos importantes do Testamento que estipula a
herança que será concedida ao herdeiro que alcançar a idoneidade ( Gl 3:15 e Gl
4:1 -2).
A adoção
A promessa de Deus a
Abraão constitui-se um testamento, e ninguém o anula ou pode acrescentar coisa
alguma ( Gl 3:15 ). As promessas foram feitas a Abraão e diz do seu
Descendente, que é Cristo ( Gl 3:15 ).
Deus prometeu fazer de
Abraão uma grande nação e que nele seriam benditas todas as famílias da terra (
Gl 3:8 ). Porém, havia um tempo estabelecido por Deus para que a promessa fosse
levada a efeito, e para isso, havia a necessidade da vinda do Descendente ( Gl
4:4 ).
Os descendentes de
Abraão embora tivessem a promessa, não podiam herdá-la, enquanto não viesse o
Descendente, por quem a adoção de filho é concedida. Eles estavam reduzidos à
servidão, debaixo da lei, e em nada diferiam dos gentios.
Os gentios acabaram por
receber a filiação divina através do Descendente e passaram à condição de
filhos de Abraão por meio da fé. A bênção de Abraão chegou aos gentios através
do Descendente, que é Cristo.
Mas, o Testamento
(promessa) confirmado a Abraão não fez distinção entre os descendentes de
Abraão e os gentios. Embora os descendentes de Abraão estivessem sob tutores e
curadores até o tempo determinado por Deus, eles em nada diferiam dos gentios,
pois Deus não faz acepções de pessoas.
Para adquirir a
condição de filhos de Deus, é preciso crer no descendente, por quem é a
promessa e a herança, e nisto não há distinção entre gentios e judeus ( Gl 3:26
).
Se os judeus pensavam
estar em uma condição privilegiada por serem ‘meninos’, o apóstolo Paulo
demonstra que em nada diferiam dos escravos, e que eles não tinha direito à
herança.
Todos quantos creem em
Cristo são de novo gerados, criados idôneos para participar da herança dos
santos na luz. Não são meninos, e não precisam de tutores e curadores.
Os judeus que têm a
adoção de filhos, ou seja, a promessa da herança necessita crer em Cristo, o
Descendente, para que sejam resgatados da lei pela fé em Cristo. Os
descendentes de Abraão que foram reduzidos à escravidão por causa da lei, são
alçados a idoneidade, deixando de ser meninos e com direito pleno à herança.
Desta forma, não há
gentios ou gregos, pois todos são descendentes, ou melhor, filhos de Abraão,
herdeiros conforme a promessa, pela fé em Cristo ( Gl 3:26 ).
6 E, porque sois
filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama:
Aba, Pai.
Os judeus eram
descendentes de Abraão e deles era a adoção por causa do Descendente (herança
em testamento), porém não tinham em seus corações o Espírito do Descendente que
clama: Aba, Pai.
Como entender a
colocação seguinte: os que são da fé são filhos de Deus (filhos de Abraão) ( Gl
3:6 ). Os descendentes de Abraão refere-se aos seus filhos segundo a carne ( Jo
8:37 ), ou seja, a descendência de Abraão não concede aos judeus a filiação
divina. João Batista disse que não basta dizer temos por Pai a Abraão, antes
precisavam mudar de conceitos acerca de como se alcança a filiação divina, uma
vez que até mesmo das pedras Deus pode constituir filhos para si ( Mt 3:9 ).
Todos os cristãos são
filhos de Deus (ou, filhos de Abraão) pela fé em Cristo, e por fé não há
distinção quanto às origens carnais, podendo ser judeu ou gentil ( Gl 3:26 ).
Ou seja, todos quantos creem, se revestem de Cristo, por serem batizados em
Cristo. Para ser batizado em Cristo é preciso fazer parte da carne e do sangue,
tornando-se um em Cristo. Desta maneira, os cristãos além de serem filhos de
Abraão (filhos de Deus), são descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a
promessa “E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros
conforme a promessa” ( Gl 3:29 ).
Por participar da carne
e do sangue do Descendente pela fé (Cristo) os gentios tornam-se filhos de
Abraão (filhos de Deus), e também descendentes de Abraão. Desta maneira não há
distinção alguma entre gentios e judeus.
Os judeus eram
descendentes de Abraão por terem vínculo de sangue (adoção de filhos), mas não
eram filhos de Deus (filhos de Abraão), por não terem recebido pela fé a
promessa do Espírito, o seja, o Espírito do Descendente, que clama: Aba, Pai
(v. 6).
Os que ‘estavam sob a
lei’ (judeus) e aceitaram a Cristo pela fé, são filhos de Deus, pois receberam
do Santo Espírito em seus corações.
7 Assim que já não és mais servo, mas filho;
e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
Conforme o que foi
exposto anteriormente, o apóstolo conclui: “Assim que já não és mais servo…”. A
quem o apóstolo Paulo direcionou esta conclusão? Aos escravos que em nada
diferiam dos herdeiros quando eram ‘meninos’.
Observe que, quando o
apóstolo enfatiza que os cristãos são herdeiros, ele quer demonstrar a total
garantia de que, como filhos, possuem uma herança por meio da promessa assim
como Abraão.
A expressão “plenitude
dos tempos” demonstra o caráter da encarnação do Messias a qual acontece em um
ponto preciso da história da humanidade
e coloca em evidência o valor messiânico; “enviou Deus”: missão do Filho
Jesus enviado pelo Pai. Gl 4,4 e 4,6;
A expressão “plenitude
dos tempos” confirma a espera da humanidade pela sua salvação e a concretização
desta obra pelo filho de Deus Jesus no momento designado por Deus.