terça-feira, 19 de março de 2013

Conhecendo e refutando os sete pontos das declarações do Papa.




DIRIGINDO-SE, COMO DE COSTUME, AOS CARDEAIS E FIÉIS CHAMANDO-OS DE “QUERIDOS IRMÃOS E IRMÃS”, O PAPA FRANCISCO APELOU HOJE (19) AOS LÍDERES POLÍTICOS PARA QUE SEJAM RESPONSÁVEIS. ELE USOU AS EXPRESSÕES “POR FAVOR”  E “PEDIR” AO SE DIRIGIR AOS LÍDERES PARA QUE ASSUMAM O PAPEL DE “GUARDIÕES”, AFASTANDO OS RISCOS DE DESTRUIÇÃO E MORTE NO MUNDO.
O apelo ocorreu na missa que marca o começo de seu pontificado. Francisco pediu ainda que todos mantenham a esperança, mesmo nos momentos mais difíceis. Citou várias passagens bíblicas e mencionou repetidas vezes a palavra “responsabilidade”.


Veja a íntegra de seu discurso:
Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'guardiões' da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo”, disse Francisco.
Papa Francisco durante sua missa inaugural
Pelo menos 132 países enviaram delegações. A presidenta Dilma Rousseff participou da missa acompanhada por uma comitiva de ministros e assessores. Também estavam presentes 32 líderes de distintas religiões, segundo o Vaticano.
O papa reiterou ainda que há sentimentos, como o ódio, a inveja e o orgulho, que “sujam a vida”. “Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem”.


Para Francisco, os líderes e os que são guiados por eles não devem temer a bondade. “Não devemos ter medo da bondade, nem mesmo da ternura”, ressaltou. “Cuidar, guardar requer bondade e requer ser praticado com ternura.”
Ao ler a passagem bíblica do Livro de Romanos, o papa mencionou a necessidade de manter a esperança viva. “São Paulo fala de Abraão, que acreditou  'com esperança, para além do que se podia esperar'”, disse ele. “Também hoje, perante tantos momentos de céu cinzento que há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos a esperança”, acrescentou.
Francisco recomendou que todos se tornem guardiões uns dos outros. Segundo ele, para por em prática o conselho é necessário assumir a sinceridade como premissa.  “É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem”, disse ele. “Sede guardiões dos dons de Deus.”
O papa ressaltou que quando o homem falha, ele abre espaço para que forças negativas dominem. Ele citou como exemplo o rei Herodes, mencionado na bíblia, como aquele que perseguiu judeus e seus filhos.
“Quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem 'Herodes', que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher”, disse Francisco.
O papa lembrou dos ensinamentos de São Francisco de Assis. “É ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente todas elas e cada uma, especialmente, as crianças, os idosos, aqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração”, destacou Francisco.
Francisco encerrou a missa com um pedido, que se transformou em sua marca. “Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: 'Rezai por mim! ' Amém”.
Vamos fazer uma rápida análise das últimas declarações do Papa Francisco.

Veja o que ele diz:
I.                   Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos 'guardiões' da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo.
O Papa assume nesse primeiro discurso aos chefes de Estado a supremacia e a soberania das Nações, sendo-lhes conselheiro.

Desde 1929 que além Líder religioso da Igreja Ele exerce a função de rei e chefe de Estado.

II.                 “Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida. Guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem”.
Isso é verdade! No entanto Jesus falou em João 15.5 “Sem mim nada podeis fazer”
Porque é que os Papas não colocam a Deus acima dois interesses pessoais?


III.              “Não devemos ter medo da bondade, nem mesmo da ternura”, ressaltou. “Cuidar, guardar requer bondade e requer ser praticado com ternura.”


Mas tudo isso só será possível com a ajuda e o poder de Deus.

IV.              “É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem”, disse ele. “Sede guardiões dos dons de Deus.”


O Papa jamais coloca Deus em seus planos e jamais o enaltece; Ele pede para os seus fiéis serem guardiões dos dons de Deus.
Mais um equívoco; os dons de Deus não devem ser guardados, mas utilizados. Ele sequer menciona  quais são esses dons.
Será que estão distribuídos entre os fiéis?


V.                “Quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem 'Herodes', que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.


Eu não entendi nada! Será que o atual papa não conhece bem a história da Igreja?  Ele se esquece da inquisição?  Pior do que Herodes foi o período da inquisição perpetrada pela própria Igreja católica. Aconselho ao Papa assim como a todos os católicos do mundo inteiro a obterem mais conhecimento verdadeiro da história da Igreja.
VI.              É ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente todas elas e cada uma, especialmente, as crianças, os idosos, aqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração.
O Papa afirmou recentemente que a Igreja não pode ser semelhante a uma ONG e sim exercer a função espiritual. No entanto, ele insiste como todos  demais anteriores a se envolver nos assuntos meramente político e administrativo na esfera social. 
Desde o início das heresias quando a Verdadeira Igreja se aliançou com o Estado que a Igreja Romana passou a intervir nos interesses da Igreja e passou a comandar os destinos.
VII.           “Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: 'Rezai por mim! ' Amém”.

Minha análise: Se ele pede a intercessão da  Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco está reconhecendo que eles estão um degrau acima do Espírito Santo, pelo que ele diz: para que o Espirito Santo possa acompanhar o seu ministério.
Apesar de pedir as orações dos seus fiéis ele comete uma heresia fortíssima a de admitir que Deus tenha que depender desses supostos intercessores. A Bíblia afirma em I Tm 2.5 que só há um mediador entre Deus e o Homem, Jesus Cristo homem. Veja também João 14.6; Atos 4.12; Hebreus 4.16. Essas e outras discrepâncias teológicas fazem da Igreja católica uma meretriz á luz da Palavra de Deus.
Depois de tudo isso eu pergunto até quando os chamados fiéis da Igreja católica serão enganados pelas burlas papais?

sábado, 16 de março de 2013

As 12 perguntas ao novo papa



Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja
 Assembleia de Deus no Estácio

Rua Hadok Lobo, nº 92 - Pastor Presidente Jilsom
 Menezes de Oliveira


Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!



Francisco I tem dispensado a estola papal e ministrou usando a cruz de prata dos bispos no lugar da cruz de ouro que os demais papas usavam Veja a seguir as declarações do novo Papa aos fiéis da Igreja de todo o mundo e  veja a minha análise e diversas perguntas que o faço e que todos os líderes espirituais anseiam pelas suas respostas.

Sem Jesus somos uma ONG piedosa, diz papa


Durante sua primeira missa como papa, Francisco I ministrou um discurso falando que a Igreja precisa caminhar sem se esquecer de Jesus Cristo e do sacrifício da cruz.
Sem Jesus somos uma ONG piedosa, diz papaSem Jesus somos uma ONG piedosa, diz papa
“Se não confessarmos Jesus Cristo, poder ser uma ONG piedosa, mas não a Igreja”, disse o novo papa. “Quando não se caminha, paramos. Quando não se constrói com pedras, o que acontece? O mesmo que acontece com crianças na praia quando fazem castelos de areia”.
Francisco I pregava gesticulando e olhando diretamente para os 114 cardeais que assistiam a missa. Ele chegou a citar a passagem da casa edificada na areia e a casa edificada na rocha, dizendo que a primeira não tem consistência, por não ter confessado a Jesus, que é rocha.
“E quando não se confessa a Jesus Cristo, confessa-se à mundanidade do diabo”.
“Espero que todos nós, nesses dias de Graça, tenhamos a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a cruz do Senhor. De edificar a Igreja com o sangue do Senhor. Espero que o Espírito Santo e a Virgem nos ajudem a viver isso: caminhar, edificar e confessar ao Jesus Cristo crucificado.”
Desde que apareceu na sacada da Capela Sistina ao ser anunciado como novo papa, Jorge Mario Bergoglio tem chamado atenção por dispensar utensílios do papado. Na terça-feira ele apareceu apenas com a batina e durante sua primeira missa ele também dispensou a estola papal e usou uma cruz de prata, usada pelos bispos.
A partir de agora vamos fazer uma análise teológica e deixar algumas perguntas ao novo Papa!
O Papa disse em sua fala inicial que : “Se não confessarmos Jesus Cristo, poder ser uma ONG piedosa, mas não a Igreja”, disse o novo papa. “Quando não se caminha, paramos. Quando não se constrói com pedras, o que acontece? O mesmo que acontece com crianças na praia quando fazem castelos de areia”.
Minha análise:
O que o papa está querendo dizer com isso: 
1. Teria errado a Igreja ao longo de sua história por não ter confessado a Jesus? 
2. Teria a Igreja Católica ao longo dos anos apenas subsistido a mercê de praticar obras de caridade?
3.  Estaria a Igreja Católica nos últimos anos no sedentarismo?
 4. Estaria a Igreja Católica na visão e análise papal construído o seu castelo na areia?

O Papa está quase certo!  Ele disse: "Ele chegou a citar a passagem da casa edificada na areia e a casa edificada na rocha, dizendo que a primeira não tem consistência, por não ter confessado a Jesus, que é rocha". 
5.  Este pensamento é perfeito. Estaria ele querendo dizer que a Igreja católica não está edificada sobre a Rocha que é Jesus?
Depois ele reiterou: “E quando não se confessa a Jesus Cristo, confessa-se à mundanidade do diabo”.

6. Será que o papa é contra o confessionário ou a confissão auricular aonde os fiéis daquela Igreja confessam ao Padre os seus erros e não a Jesus diretamente?

Espero que todos nós, nesses dias de Graça, tenhamos a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a cruz do Senhor. De edificar a Igreja com o sangue do Senhor. Espero que o Espírito Santo e a Virgem nos ajudem a viver isso: caminhar, edificar e confessar ao Jesus Cristo crucificado.”

O que o novo Papa planeja com os fiéis nos próximos anos?
7.  Deseja caminhar verdadeiramente na presença do Senhor?  
8. A cruz continuaria fazendo parte dessa trajetória?
9. Será que ele pensa que o Sangue de Jesus tem a função de edificar a Igreja do Senhor? 
10. A virgem Maria teria a função de auxiliar o Espírito Santo a nosso favor?
11. Como mestre da Igreja Católica não estaria equivocado ao pedir que vos fiéis confessem a um Jesus crucificado?

Desde que apareceu na sacada da Capela Sistina ao ser anunciado como novo papa, Jorge Mario Bergoglio tem chamado atenção por dispensar utensílios do papado. Na terça-feira ele apareceu apenas com a batina e durante sua primeira missa ele também dispensou a estola papal e usou uma cruz de prata, usada pelos bispos.
Minha análise: Ao dispensar utensílios do papado; a estola papal ; uma cruz de prata, ao invés de ouro. O Papa imita  a S. Francisco o santo dos pobres.
 Com isso ele visa  alcançar os mais pobres. 

12. Até aí tudo bem, mas, o problema maior da Igreja não seria se preocupar bastante em reprimir e punir os Padres envolvidos no escândalo de pedofilia?

Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós em nome de Jesus, amém

quarta-feira, 13 de março de 2013

O cronograma de escândalos da Igreja Católica e os desafios do novo Papa.






Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja
 Assembléia de Deus no Estácio

Rua Hadok Lobo, nº 92 - Pastor Presidente Jilsom
 Menezes de Oliveira



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!



Agora que já foi escolhido o novo Papa Vamos além de lembrar o porquê Bento 16 foi obrigado a renunciar devemos apontar os desafios que aguardam o Papa Francisco.

I.                    Os escândalos que abalaram o Vaticano
Conheça os escândalos mais recentes na Igreja em vários países
 26 março 2010  Wal Cordeiro
A denúncia de mais um caso de abuso sexual de menores por padres da Igreja Católica – desta vez nos Estados Unidos – contribuiu para aumentar a pressão sobre o papa Bento 16.

Aqui, um resumo dos escândalos mais recentes em vários países.

ESTADOS UNIDOS

Na quinta-feira, o jornal The New York Times trouxe a notícia de que, em 1996, o cardeal Joseph Ratzinger, que veio a se tornar o papa Bento 16 em 2005, não respondeu a cartas vindas de clérigos americanos acusando um padre do Estado do Winsconsin de abusar sexualmente de menores.

O padre Lawrence Murphy, que morreu em 1998, é suspeito de ter abusado de até 200 meninos em uma escola para surdos entre 1950 e 1974.

Uma das supostas vítimas disse à BBC que o papa sabia das acusações há anos, mas não tomou nenhuma atitude.

Nas duas últimas décadas, a Igreja Católica dos Estados Unidos – principalmente a Arquidiocese de Boston – esteve envolvida em uma série de escândalos de abuso sexual infantil.

Um dos que mais chocou a população veio à tona há alguns anos, quando foi revelado que dois padres de Boston, Paul Shanley e John Geoghan, estavam envolvidos em casos de abuso nos anos 90 e foram supostamente acobertados por líderes da Igreja, que os transferiam de paróquia em paróquia.

Em 2002, o então papa João Paulo 2º convocou uma reunião de emergência com cardeais americanos, mas novos escândalos surgiram.

O arcebispo Bernard Law acabou renunciando ao posto no fim daquele ano, e, em 2003, a Arquidiocese de Boston concordou em pagar US$ 85 milhões depois de receber mais de 500 processos por abuso e omissão.

Um relatório encomendado pela Igreja em 2004 concluiu que mais de 4 mil padres americanos enfrentaram acusações de abuso sexual nos últimos 50 anos, em casos envolvendo mais de 10 mil crianças – principalmente meninos.

Em 2008, em uma visita aos Estados Unidos, Bento 16 se encontrou com vítimas dos abusos e falou “da dor e dos danos” provocados.

ALEMANHA

Desde o início de 2010, pelo menos 300 pessoas acusaram padres católicos da Alemanha de abuso sexual ou físico.

As alegações estão sendo investigadas em 18 das 27 dioceses da Igreja Católica no país natal do papa Bento 16.

Entre as acusações, está o abuso de mais de 170 crianças por padres em escolas jesuítas, além de casos dentro de um coral de meninos dirigido durante 30 anos pelo monsenhor Georg Ratzinger, irmão do papa.

Em março, o padre Peter Hullermann, que foi condenado por molestar crianças quando servia na Arquidiocese de Munique e Freising, foi suspenso de suas funções após violar uma proibição de trabalhar com menores.

No último dia 22, a diocese de Regensburg confirmou novas acusações contra quatro padres e duas freiras, em casos que teriam ocorrido nos anos 70.

O governo alemão anunciou em seguida que vai formar uma comissão de especialistas para investigar todas as acusações.

IRLANDA

No ano passado, dois documentos que examinaram acusações de pedofilia entre clérigos irlandeses relevaram a profundidade do problema no país, com casos de abuso, acobertamentos e falhas hierárquicas envolvendo milhares de vítimas durante várias décadas.

Um dos documentos mostrou que quatro arcebispos de Dublin fizeram vista grossa para casos de abuso ocorridos entre 1975 e 2004.

Quatro bispos renunciaram e toda a hierarquia da Igreja irlandesa foi convocada ao Vaticano para depor pessoalmente diante do papa Bento 16.

Em meio a isso, um novo escândalo veio à tona neste mês de março com a informação de que o chefe da Igreja Católica Irlandesa, cardeal Sean Brady, estava presente em reuniões realizadas em 1975, quando crianças fizeram um voto de silêncio sobre reclamações contra um padre pedófilo, Brendan Smyth.

Dias depois, em 20 de março, o papa Bento 16 se desculpou a vítimas de abuso sexual por clérigos da Irlanda, mas não mencionou denúncias em outros países.

HOLANDA

Ainda neste mês de março, bispos da Holanda pediram uma investigação independente diante de mais de 200 acusações de abuso sexual de crianças por padres, além de três casos ocorridos entre 1950 e 1970.

Inicialmente, as acusações envolviam a escola do mosteiro de Don Rua, no leste da Holanda.

O escândalo fez surgir dezenas de novas alegações de supostas vítimas em outras instituições do país.

ITÁLIA

Em janeiro de 2009, vários homens deficientes auditivos vieram a público para dizer que foram abusados quando eram crianças no Instituto para Surdos Antonio Provolo, na cidade de Verona, entre 1950 e 1980.

No fim do ano passado, a agência de notícias Associated Press obteve uma declaração por escrito de 67 ex-alunos da escola nomeando 24 padres e outros religiosos a quem acusavam de abuso sexual, pedofilia e castigos físicos.

A diocese de Verona disse que pretendia entrevistar as vítimas, depois de uma solicitação do Vaticano.

ÁUSTRIA

Acusações independentes de abuso sexual infantil por padres surgiram em várias regiões do país.

Após um dos escândalos, cinco padres de um mosteiro em Kremsmuesnter foram suspensos.

Em Salzburgo, o chefe de um mosteiro local renunciou ao cargo após confessar ter abusado de um menino há 40 anos, quando ele era monge.

SUÍÇA

Uma comissão formada pela Conferência dos Bispos da Suíça em 2002 vem investigando acusações de abuso envolvendo religiosos do país.

Este mês, um membro da comissão, o abade Martin Werlen, disse em uma entrevista que cerca de 60 pessoas fizeram acusações sobre casos que teriam ocorrido nos últimos 15 anos.

Um padre do cantão de Thurgau foi preso no último dia 19 sob suspeita de abuso sexual de menores.
Fonte BBC Brasil


II.                  Papa diz estar triste com vazamento de documentos pessoais
Bento XVI afirma que ilações sobre o escândalo do desvio de cartas pelo seu mordomo deturpam imagem da Santa Sé



O papa Bento XVI falou ontem pela primeira vez sobre o escândalo que abalou o Vaticano, após a prisão, na semana passada, de seu mordomo, Paolo Gabriele, suspeito de ter municiado o jornalista Gianluigi Nuzzi com documentos para a publicação do livro Sua Santidade, as cartas secretas de Bento XVI.
‘Addolorato.’ O papa Bento XVI na audiência no Vaticano: ‘triste’ - Riccardo de Luca/AP
 ‘Addolorato.’ O papa Bento XVI na audiência no Vaticano: ‘triste’
"Os acontecimentos divulgados esses dias sobre a Cúria e meus colaboradores causaram profunda tristeza em meu coração, mas nunca se ofuscou a certeza firme de que, apesar da debilidade do homem, das dificuldades e das provas, a Igreja é guiada pelo Espírito Santo", disse o papa, durante a audiência geral das quartas-feiras. Bento XVI reiterou sua confiança nos colaboradores mais próximos.
O comentário de Bento XVI sobre o escândalo coincidiu com a publicação pelo Osservatore Romano, o jornal oficioso da Santa Sé, de uma longa entrevista do arcebispo Angelo Becciu, vice-prefeito da Secretaria de Estado, sobre "os escritos subtraídos do papa". Bento XVI e o arcebispo Becciu consideram exageradas e sem fundamento as ilações levantadas pela imprensa, que apresentam "uma imagem da Santa Sé que não corresponde à realidade".
Embora esteja "addolorato" (muito triste) com o ocorrido, Bento XVI determinou que a responsabilidade pelo vazamento das cartas seja apurada com transparência e rigor. Casado e pai e dois filhos, o mordomo Gabriele, de 46 anos, mora dentro do Vaticano e serve o papa há seis anos. Ele foi preso porque a polícia do Vaticano localizou documentos secretos guardados ilegalmente em sua casa.
Cartas. Além de escritos de Bento XVI, Nuzzi divulgou cartas dirigidas ao secretário de Estado, cardeal Tarcisio Bertone, e ao secretário particular do papa, Georg Gänswein. Na avaliação de vaticanistas , o objetivo do vazamento seria minar o prestígio de Bertone e manipular a sucessão de Bento XVI.
O dossiê envolve ainda questões como os escândalos sexuais na congregação religiosa Legionários de Cristo, negociações para a reintegração de integristas cismáticos e o comportamento da Igreja na China. O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, desmentiu a suspeita de que um cardeal esteja envolvido no escândalo.


A Ordem dos Salesianos de Dom Bosco, na Holanda, anunciou na segunda-feira que realizará uma investigação sobre abusos sexuais cometidos há quase 40 anos por religiosos contra alunos de um colégio interno de Arnhem, no leste do país. Há alguns anos, denúncias do tipo deixaram de ser novidade dentro da Igreja Católica.
Nos últimos tempos, porém, casos do tipo ganharam outra dimensão e abalaram as autoridades eclesiásticas. Em 2002, um dos maiores escândalos veio à tona e sacudiu a opinião pública. Naquele ano, nos, Estados Unidos, o homem sob os holofotes era Bernard Law, cardeal de Boston. Quando o padre John Geoghan foi levado a julgamento acusado de estuprar mais de 130 crianças, tornou-se público que o cardeal o tinha transferido de uma paróquia para outra, sempre que ele se envolvia em um novo caso de pedofilia. Ou seja, Law era o homem que jogava toda a sujeira de Geoghan para debaixo do tapete – e fez o mesmo com outros padres abusadores.
Na mesma época, outros casos tornaram-se públicos, deixando o Vaticano em apuros.No Brasil, uma dezena de padres foi denunciada por abusos sexuais de menores. Na França, 30 religiosos receberam condenação por pedofilia na última década. Na Irlanda, a Igreja já pagou o equivalente a 110 milhões de dólares em indenizações às vítimas de abusos sexuais em escolas e orfanatos e  desde 1983. Mais de cinquenta padres foram condenados no país. Já na Austrália, as indenizações totalizaram 2,6 milhões de dólares somente em 1996, quando 200 estudantes de um internato católico foram molestados sexualmente por religiosos.
Além do abuso de menores, outro fantasma assombra a Igreja católica: o homossexualismo entre os padres. Aqui no Brasil, em 1993, um abade da Ordem de São Bento de Olinda renunciou ao cargo e fugiu do país depois que seu caso com o tesoureiro da instituição se tornou público. Ao sair do país, dom Sebastião Héber Vieira da Costa deixou um rastro comprometedor: uma coleção de cartas apaixonadas que escreveu ao professor Juvino Teixeira de Carvalho Filho, de 42 anos – um homem casado, pai de três adolescentes e ex-responsável pelas finanças do mosteiro.
Anos mais tarde, a história se repetiu na Espanha, onde um padre não apenas revelou publicamente que é gay, como afirmou que raros sacerdotes católicos “homossexuais ou heterossexuais” respeitam o voto de castidade. A repercussão da declaração de José Mantero, 39 anos, pároco numa cidadezinha no extremo sul da Espanha, foi ampliada pelo veículo usado para as inconfidências: a revista Zero, dirigida ao público homossexual. A capa da publicação mostrava Mantero de batina e tinha como manchete uma declaração que a Igreja prefere esquecer: “Dou graças a Deus por ser gay”. Os bispos espanhóis reagiram com indignação e Mantero foi suspenso
Diante de tantos escândalos, a Igreja às vezes tenta conter condutas que julga impróprias, mas acaba criando ainda mais polêmica. Em 2003, ela lançou um dicionário de 900 páginas e 78 verbetes que abordavam questões como aborto, contracepção, divórcio e homossexualidade. Dentre os textos, um dos mais controversos é pdedicada ao sexo seguro. No verbete, decreta-se que essa é uma categoria que não existe. A intenção era censurar o uso de preservativos. O dicionário garante que a camisinha reduz em apenas 10% o risco de contrair Aids em uma relação sexual. A informação não é verdadeira: o uso do preservativo previne o contágio por HIV em 99% dos casos. Ou seja, o risco de se contrair a doença utilizando-o é de 1%, desprezível do ponto de vista estatístico.

Imprensa italiana publica mais detalhes sobre escândalo no Vaticano
No jornal La Repubblica, uma entrevista anônima faz fortes revelações.
Segundo o entrevistado, muitas verdades ainda estão por vir.

À espera da data do conclave que vai escolher o novo papa, a imprensa italiana publicou novos detalhes sobre o Vatlieaks, o escândalo que abalou Bento XVI.
No plenário das Congregações dos Cardeais, o camerlengo Tarcisio Bertone e o decano Angelo Sodano teriam proibido que os nomes dos envolvidos nos escândalos de corrupção, do dossiê sobre o Vatileaks, sejam citados sem prova.
A informação vem do jornal La Stampa, de uma fonte anônima. No jornal La Repubblica, uma entrevista anônima faz fortes revelações. Disse que ex-mordomo de Bento XVI, Paolo Gabriele, não era o único corvo, como ficou conhecido o homem que roubou os documentos secretos do papa.

Junto com ele estavam outras 20 pessoas, entre religiosos e laicos, afirmou a testemunha sem nome. Segundo o entrevistado, muitas verdades ainda estão por vir.
O caso Vatileaks, que fala de corrupção e outros escândalos no Vaticano, foi escrito com documentos que continham assinaturas, cartas que eram enviadas a Bento XVI por cardeais, bispos, padres e leigos, com denúncias e queixas, muitas delas contra o cardeal Tarcisio Bertone.
O escritor que publicou as cartas secretas do papa, Gianluigi Nuzzi, afirmou que o Vaticano tratou como psicologicamente doentes os personagens dessa história: o mordomo, o ex-presidente do Banco do Vaticano, Ettore Tedeschi, que queria a transparência da instituição, e o monsenhor Carlo Maria Vigano, encarregado por Bento XVI de enxugar as finanças do Vaticano.

Segunda a imprensa italiana, foram tirados do cargo pelo cardeal Bertone. Agora, muitos cardeais querem conhecer os detalhes do que se passou. Os 115 eleitores já estão em Roma. No jornal L'Osservatore Romano, a voz não-oficial da Santa Sé, o vice-diretor Carlo di Cicco esclarece que o cardeal Bertone não foi o articulador do Vatileaks, mas o alvo.

De frente para o pátio onde passeava o mordomo do papa, o vice-diretor tenta responder por que Bento XVI não afastou o cardeal Bertone. "Ele foi escolhido como secretário de Estado por um currículo determinado, não vinha da diplomacia, mas da área pastoral. Pode-se dizer tudo de Bertone, menos que não seja um pastor, que não saiba estar no meio das pessoas", diz di Cicco.

III.                Cinco segredos do Vaticano revelados


Saiba mais sobre o misterioso cotidiano da organização da Igreja Católica
Nesta lista você não irá encontrar teorias sobre a ressurreição de Jesus, nenhuma informação sobre os evangelhos apócrifos ou sobre Maria Madalena. No entanto, o site Neatorama revelou cinco segredos sobre o Vaticano, cidade com pouco mais de mil habitantes, mas que tem uma complexa rotina e que, mesmo na atualidade, ainda é cercada de mistérios.
1. O exorcismo está em alta
Segundo a Igreja Católica, os demônios ainda rondam o “reino dos mortais” e dominam o corpo de pessoas inocentes. Parece absurdo? Pois saiba que existem registros de que o próprio Papa João Paulo II realizou pelo menos três exorcismos durante sua regência. E não pense que esses foram casos isolados – a verdade é que a vida dos exorcistas da Igreja é bem agitada. Um dos esconjuradores oficiais do Vaticano, o padre Gabriele Amorth, diz que expulsa, pelo menos, 300 demônios por ano. A atividade é tão intensa que o Papa Bento XVI até aumentou o número de exorcistas licenciados pela Igreja. Quer saber como essa prática ainda existe, mesmo após a ciência ter descoberto doenças que explicariam os casos de “possessão”? O padre Amorth conta que, para saber se um paciente está realmente possuído ou se está apenas doente, mostra um crucifixo e água benta para ele – os possessos não suportam a visão dos objetos sagrados.
2. Os pecados (quase) imperdoáveis
Padres e bispos podem absolver assassinos e até genocidas, caso eles se confessem, mas existem pecados ainda mais graves aos olhos da Igreja, que não podem ser perdoados após uma simples confissão. São cinco ações quase imperdoáveis e, destas, três só podem ser cometidas por membros do clero: quebrar o segredo de confissão, participar diretamente de um aborto ou ter relações sexuais e depois oferecer absolvição ao seu parceiro. Os outros dois pecados, que podem ser cometidos por qualquer pessoa, são profanar a eucaristia (quando católicos repartem pão e vinho, representando o corpo e o sangue de Jesus) e tentar assassinar o Papa. Após realizar qualquer uma dessas ações, a pessoa é automaticamente excomungada da Igreja e só poderá ser absolvida por um tribunal do catolicismo, conhecido como Penitenciária Apostólica. Essa organização formada por cardeais existe há mais de 800 anos, mas foi só em 2009 que ela deixou de ser secreta e parte de suas atividades foram reveladas ao público. Usando o poder investido a ela pelo Papa, a Penitenciária decide se irá readmitir o “réu” no catolicismo e qual será sua penitência – que, suspeitamos, é mais do que algumas “Ave Marias”.
3. Papa tecnológico
Acha o clero arcaico em pleno século XXI? Caso você não saiba, o Papa Bento XVI envia, constantemente, resumos de seus sermões via SMS para o celular de milhares de fiéis ao redor do mundo – para receber as mensagens, basta se inscrever no serviço mobile do Vaticano. Além disso, a Igreja tem um canal oficial no YouTube para transmitir cerimônias papais e um aplicativo para iPhone que distribui o conteúdo do Breviário, famoso livro de orações. E a ligação do Papa com a tecnologia não para por aí: como ele se comprometeu a combater o aquecimento global, foram instalados painéis solares sobre o auditório “Papa Paulo VI”.
4. Igreja e máfia
Na manhã do dia 29 de setembro de 1978, o Papa João Paulo I foi encontrado morto em sua cama, apenas 33 dias após assumir o papado. Um ataque cardíaco foi apontado como a causa oficial da morte, mas não houve autópsia. Parece estranho? Após um escândalo que expôs a ligação da máfia italiana com o Banco do Vaticano, foi levantada a hipótese de que o presidente do banco, o padre Paul Marcinkus, poderia estar envolvido na morte de João Paulo I. Sem perder tempo, Marcinkus fugiu para os Estados Unidos, pediu imunidade diplomática e ficou por lá. O mais inquietante é que mesmo com a sua conexão com a Máfia, com a possível morte do Papa e após ter causado um rombo no Banco do Vaticano, ele nunca foi indiciado. Sua frase mais conhecida? “A Igreja não funciona apenas de ‘Ave Marias’”.
5. Vaticano no vermelho?
De quanto dinheiro o Vaticano precisa para funcionar? Pense nos gastos da religião católica, com todas as igrejas ao redor do mundo, todo o clero, as bibliotecas, escolas e hospitais mantidos pela organização. A cada ano são gastos centenas de milhões de dólares com a manutenção destas estruturas. E de onde vem o dinheiro? Os católicos pagam cerca de 100 milhões de dólares, anualmente, diretamente para o Vaticano, em forma de doação. Isso sem contar o que é coletado nas igrejas ao redor do mundo. Mesmo assim, as “cestinhas” passadas pelos fiéis em todas as missas não são a única forma de lucro da Igreja. A própria cidade-estado, no centro de Roma, gera uma grande renda através do turismo e com a venda de produtos como selos, cartões-postais, livros e tudo o que se pode encontrar em lojas de souvenir. Mas isso nem sempre é suficiente. Em 2007, por exemplo, o Vaticano estava com uma dívida de 13,5 milhões de dólares, causada pela baixa da moeda americana e pela queda nas vendas e nas assinaturas do jornal oficial da Igreja, o L’Osservatore Romano. Tanto que, para aumentar a saída da publicação, o Papa autorizou a publicação de notícias e de imagens chamativas, além do conteúdo religioso tradicional.
Papa Bento XVI em seu escritório// Crédito: Divulgação Vaticano
Fonte: Revista O Galileu

IV.                                 Os desafios que aguardam o novo papa



A renúncia de Bento 16 ocorre num momento difícil para a Igreja Católica. No Ocidente, a instituição enfrenta a estagnação no número de católicos, bem como a queda no número de padres.
Enquanto isso, o avanço das igrejas evangélicas, sobretudo na América Latina e na África, limita o crescimento de congregações católicas, as quais também sofrem ameaças em regiões onde a intolerância religiosa é comum.
Bento 16 rejeitou pedidos por um debate a respeito do celibato de clérigos católicos e confirmou o veto à comunhão de católicos divorciados que voltam a se casar.
Leis liberais sendo votadas em diversos países ocidentais também desafiam a igreja. Bento 16 disse que as rígidas posições da Igreja Católica em temas como aborto, eutanásia e homossexualidade "não são negociáveis" - ortodoxia que alienou muitos católicos de orientação mais liberal.
Além disso, o próximo papa terá, entre as suas tarefas, a de reconstruir a confiança sobre uma instituição que tem sido, nos últimos anos, alvo de centenas de denúncias de abusos sexuais perpetrados por padres contra menores.
O próximo papa terá, enfim, de lidar com vários temas. Confira abaixo alguns dos principais desafios que ele deve enfrentar:

Gerenciar o Vaticano

O recente vazamento de documentos do Vaticano, pelo mordomo do papa, revelou que a Cúria - o governo central da igreja - é uma instituição com graves problemas.

O vazamento de documentos pelo mordomo do papa revelou escândalos no Vaticano
Para o analista de Vaticano Clifford Longley, a instituição parece repleta de disputas entre "fações rivais". "E há acusações de corrupção em altas esferas", diz ele.
"A reforma do Vaticano, que só começou nas beiradas, ainda tem um longo caminho a percorrer. A descentralização é imperativa. Seu sucessor tem uma tarefa enorme e pouco invejável."
Serão necessários sistemas de supervisão para garantir que casos de corrupção sejam detectados e punidos e para dar transparência às transações financeiras do Vaticano.

Leis igualitárias

"A questão que se sobrepõe às demais é a crescente pressão sobre católicos por conta de leis de igualdade sendo debatidas no Ocidente", diz o analista de catolicismo Austen Ivereigh.
Leis de casamento homossexual estão em pauta na França e no Reino Unido; agências católicas de adoção foram fechadas no Reino Unido; nos EUA, estão em curso batalhas legais entre instituições católicas e Estados, por conta de igualdade sexual. Tudo isso afeta profundamente a igreja no Ocidente, diz Ivereigh.

Protesto em favor de lei do casamento gay na França; propostas são o maior desafio da igreja, diz analista
"Leis de igualdade, como as que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, tornam cristãos e organizações religiosas vulneráveis a processos judiciais e acusações de preconceito."
Para o analista, essas leis podem ter o efeito de marginalizar católicos e a presença da igreja na vida pública.

Casos de abuso sexual

Bento 16 chegou a comentar sobre a vergonha da igreja por conta dos "crimes inenarráveis" cometidos por sacerdotes pedófilos e pediu desculpas às vítimas que conheceu durante suas viagens.
Mas muitos críticos opinam que o Vaticano foi (e ainda é) muito lento, muito relutante e muito tímido na admissão e na investigação das acusações de abusos sexuais.

Vaticano é pressionado a investigar e punir acusados de abusos sexuais
O novo papa terá como tarefa dar sequência à punição dos criminosos e garantir que as mudanças introduzidas por Bento 16 sejam implementadas - em especial as orientações de proteção à infância, que devem ser cumpridas pelos bispos católicos.
"O próximo papa terá que fazer mais no que diz respeito à proteção das crianças", opina à BBC David Clohessy, diretor-executivo da Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres.
"Ele deve parar de pedir desculpas e, em vez disso, rebaixar bispos que continuam a encobrir crimes horrendos. E ele deve insistir em que sacerdotes atuem em conjunto com autoridades seculares para elaborar e aprovar leis mais fortes contra o abuso de crianças pelo mundo."

O papel das mulheres

Bento 16 admitiu a lentidão da igreja em promover mulheres dentro da instituição, sobretudo em cargos administrativos.
Em 2007, ele declarou que, enquanto Jesus escolheu 12 homens como apóstolos, "entre os discípulos muitas mulheres também foram escolhidas. Elas tiveram um papel proativo no contexto da missão de Jesus".
Apesar disso, porém, ele rejeitou a ordenação de mulheres e fez, no ano passado, um duro discurso criticando a "desobediência" de reformistas.

Mulheres ascenderam na igreja, mas espera-se que isso se aprofunde
Ainda que algumas mulheres tenham ascendido na hierarquia do Vaticano, outras consideradas "difíceis" foram expulsas da instituição, diz Gemma Simmonds, diretora do instituto britânico Religious Life.
Também causou polêmica o cerco, em 2012, a um grupo de freiras americanas que, na interpretação do Vaticano, desafiou a doutrina da igreja em temas como homossexualismo e celibato. Para o padre jesuíta Drew Christiansen, acadêmico visitante no Boston College, essa foi uma das falhas do pontificado.
"O contraste entre o tratamento (dado às freiras) e dado a padres pedófilos causa escândalo", opina.
É amplamente aceita a ideia de que é necessária uma mudança cultural dentro do Vaticano, e espera-se que o novo papa promova mulheres em cargos gerenciais altos na Cúria.

Tensões interreligiosas

A proteção a cristãos perseguidos ao redor do mundo, em especial em áreas conturbadas do Oriente Médio, da Ásia e da África, deve ser um grande tema de preocupação para o novo papa.
O atual êxodo de cristãos da Terra Santa vão dar mais relevância à abordagem do próximo papa em suas relações com judeus e muçulmanos.
Bento 16 foi apenas o segundo papa a entrar em um local sagrado islâmico, quando visitou a Mesquita Azul de Istambul, em 2006, e rezou com muçulmanos.

Coptas egípcios estão entre os cristãos perseguidos no mundo
Essa tentativa de aproximação não foi bem vista em alguns círculos muçulmanos, especialmente por ter ocorrido pouco tempo depois de o papa ter citado um imperador bizantino do século 14 que chamara o profeta Maomé de "diabólico e desumano".
O sucessor de Bento 16 terá o desafio de dialogar com o islã, que avança na Ásia e na África, em locais onde o catolicismo tem uma grande base de fiéis.
Bento 16 irritou os judeus ao dar andamento ao processo de canonização do papa Pio 12, apesar de críticas de que este teria feito vista grossa diante do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial.
O atual papa também causou ira em alguns representantes da Igreja Anglicana, por ter estimulado os insatisfeitos com o anglicanismo a se converter ao catolicismo.
Em geral, as relações com anglicanos e judeus parecem estar apaziguadas. Mas o novo papa terá que ter cuidado ao estender a mão ao mundo muçulmano, sob o perigo de alienar judeus e parecer condescendente com o extremismo islâmico.

Congregações menores e menos padres

Há 1,2 bilhão de católicos no mundo, uma grande parcela deles (42%) na América Latina. A Europa, coração histórico do catolicismo, é atualmente casa de apenas um quarto dos católicos.

Conta de Twitter do papa; Bento 16 tirou proveito das tecnologias
Entretanto, Bento 16 pareceu não se incomodar com o declínio numérico, mirando uma igreja menor, porém mais fiel.
Para seu sucessor, será essencial consolidar essa mudança de posição da igreja dentro da sociedade. À medida que a igreja se afasta das instituições oficiais, ela terá que dar apoio aos seus seguidores e lideranças, diz Austen Ivereigh.
Ao mesmo tempo, a igreja deve continuar a garantir que tirará proveito das tecnologias modernas para espalhar sua mensagem.
A nomeação de Greg Burke, correspondente em Roma da Fox News, para o cargo de conselheiro, em 2012, sinalizou a adoção de uma estratégia de comunicação mais moderna no Vaticano. Além disso, o papa abriu uma conta no Twitter.
É esperada de seu sucessor uma abordagem igualmente entusiasmada à tecnologia.


V.                  Veja o perfil e a biografia do novo Papa:

Eleito tem 76 anos, nasceu em Buenos Aires e formou-se técnico químico.
Bergoglio virou sacerdote quase uma década após perder um dos pulmões.




O argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, agora Papa Francisco, nasceu em Buenos Aires em 17 de dezembro de 1936. Arcebispo de Buenos Aires e primado da Argentina, ele é um homem tímido e de poucas palavras, mas com grande prestígio entre seus seguidores, que apreciam sua total disponibilidade e seu estilo de vida sem ostentação. É reconhecido por seus dotes intelectuais e considerado dialogante e moderado, amante do tango e do time de futebol San Lorenzo.
Antes de seguir carreira religiosa, Bergoglio formou-se técnico químico. Escolheu depois o sacerdócio, quase uma década após perder um pulmão por uma doença respiratória e de deixar seus estudos de química, ingressando em um seminário no bairro de Villa Devoto. Em março de 1958, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século XVI.

Em 1963, Bergoglio estudou humanidades no Chile, retornando à Argentina no ano seguinte. Entre 1964 e 1965, foi professor de literatura e psicologia no Colégio Imaculada Conceição de Santa Fé. Em 1966, ensinou as mesmas matérias em um colégio de Buenos Aires.
Entre 1967 e 1970, Bergoglio estudou teologia, tendo sido ordenado sacerdote no dia 13 de dezembro de 1969.
Em menos de quatro anos chegou a liderar a congregação jesuíta local, um cargo que exerceu de 1973 a 1979.
Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba.
Em 1992, Bergoglio foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires. Em 1997, ele virou arcebispo titular de Buenos Aires. Atuou como presidente da Conferência Episcopal da Argentina de 2005 até 2011.
Foi criado cardeal pelo então Papa João Paulo II em 2001.
Também em 2001, João Paulo II o nomeou primaz da Argentina. Ele ocupou então a presidência da Conferência Episcopal durante dois períodos, até que deixou o posto porque os estatutos o impediam de continuar.
Bergoglio foi na Santa Sé membro da Congregação para o Culto Divino e a disciplina dos Sacramentos; da Congregação para o Clero; da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica; do Pontifício Conselho para a Família e a Pontifícia Comissão para a América Latina.
Filho de uma família de classe média com cinco filhos, de pai ferroviário e mãe dona de casa, o novo Papa é pouco inclinado a aceitar convites particulares e tem um "pensamento tático", de acordo com especialistas.
Polêmica na ditadura
A ascensão religiosa de Jorge Mario Bergoglio coincidiu com um dos períodos mais obscuros da Argentina: a ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1982. Ele foi acusado de retirar proteção de sua ordem a dois jesuítas que foram sequestrados clandestinamente pelo governo militar por fazerem trabalho social em bairros de extrema pobreza. Ambos os padres sobreviveram a uma prisão de cinco meses.
O caso é relatado no livro "Silêncio", do jornalista Horacio Verbitsky, também presidente da entidade privada defensora dos direitos humanos CELS. A publicação leva em conta muitas manifestações de Orlando Yorio, um dos jesuítas sequestrados, antes de morrer por causas naturais em 2000.
"A história o condena: o mostra como alguém contrário a todas as experiências inovadoras da Igreja e, sobretudo, na época da ditadura, o mostra muito próximo do poder militar", disse há algum tempo o sociólogo Fortunato Mallimacci, ex-decano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires.
Os defensores de Bergoglio dizem que não há provas contra ele e que, pelo contrário, o novo Papa ajudou muitos a escapar das Forças Armadas durante os anos de chumbo no seu país.
Preocupação social
No Vaticano, longe de possíveis manchas dos tempos de ditadura, é esperado que o homem silencioso que agora é Papa conduza a estrutura da Igreja Católica com mão de ferro e com uma marcada preocupação social.
Políticos argentinos foram repetidamente alvo da retórica afiada do sacerdote, acusados por ele de não combater a pobreza e preocuparem-se apenas em seguir no poder.
Conhecido por sua simplicidade, Bergoglio vivia sozinho, em um apartamento, no segundo andar do edifício da Cúria, ao lado da Catedral de Buenos Aires, no coração da cidade. A imprensa local lembra hoje que, da janela de seu apartamento, foi testemunha da violência na Praça de Maio durante a crise de dezembro de 2001.
Indignado, ligou para o ministro do Interior para lhe pedir que desse instruções para que os agentes diferenciassem entre ativistas e correntistas que reivindicavam seus direitos.
Em 2004, após a tragédia da boate Cromagnon, percorreu os hospitais da cidade para ajudar as famílias das vítimas .
Pouco amigo de aparições na imprensa, Bergoglio tentou manter um baixo perfil público, costuma usar transporte público e inclusive se confessa na Catedral. Ele foi dos poucos cardeais que, quando chegou a Roma para a eleição do novo papa, não usou veículos oficiais.
O novo papa é um amante dos autores clássicos, gosta de tango e não esconde sua paixão pelo futebol, especialmente pelo San Lorenzo de Almagro – tem uma camisa assinada pelo elenco
'Destruição do plano de Deus'
Em 2010, ele também enfrentou a presidente Cristina Kirchner quando o governo apoiou uma lei para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. "Não vamos ser ingênuos: não se trata de uma simples luta política; é uma tentativa de destruição do plano de Deus", disse Bergoglio em carta, dias antes de o projeto ser aprovado pelo Congresso.
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O conclave elegeu nesta quarta-feira (13) o cardeal Jorge Mario Bergoglio como novo Papa, sucessor de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana. O nome do escolhido pelos 115 cardeais foi anunciado pelo mais velho dos cardeais-diáconos, o francês Jean-Louis Tauran. Bergoglio escolheu se chamar Papa Francisco I.
A decisão surpreendeu, pois o argentino, citado inicialmente, não aparecia nas últimas listas de favoritos, que incluíam o brasileiro Dom Odilo Scherer e o italiano Angelo Scola.
A fumaça branca apareceu por volta das 19h08 locais (15h08 de Brasília), e foi recebida com festa pela multidão que tomava a Praça de São Pedro. Os sinos da Basílica de São Pedro tocaram.
Em sua primeira bênção, para uma Praça de São Pedro lotada de fiéis apesar da chuva, o argentino afirmou que "parece que seus colegas cardeais foram buscar o Papa no fim do mundo", em uma referência à sua Argentina natal.
Em tom sério, ele pediu aos cerca de 1,2 bilhão de católicos do mundo para "empreender um caminho de fraternidade, de amor" e de "evangelização".
Ele também agradeceu ao seu predecessor, o agora Papa Emérito Bento XVI, em um gesto sem precedentes na Igreja moderna: um Papa agradecendo a um sucessor vivo.
"Rezem por mim, e nos veremos em breve", afirmou, acrescentando que, nesta quinta-feira, pretende rezar para Nossa Senhora. "Boa noite a todos e bom descanso", finalizou, na varanda da Basílica de São Pedro, sob aplausos da multidão.
Conclave
conclave, votação secreta que escolhe o novo pontífice, foi convocado após a renúncia de Bento XVI, anunciada em 11 de fevereiro e concretizada em 28 de fevereiro.
Bento XVI saiu alegando que não tinha mais forças para a tarefa de liderar a igreja. Seu pontificado foi marcado por várias crises, pelo escândalo do acobertamento da pedofilia e pelo vazamento de documentos secretos no chamado escândalo VatiLeaks.
O conclave ocorreu após dez congregações gerais de cardeais, nas quais os problemas da igreja foram debatidos exaustivamente, em meio a muitas especulações e conversas de bastidores sobre os prováveis papáveis.
A imprensa italiana afirmou que um dos principais temas das congregações foi um dossiê preparado no ano passado, a pedido do hoje Papa Emérito Bento XVI, sobre irregularidades na Cúria Romana. Cardeais estariam pressionando pelo acesso ao documento. Questionados abertamente, o Vaticano e cardeais minimizaram a importância do documento.

Vale ressaltar que apesar dos aplausos das massas e do reconhecimento dos Chefes de Estado pelo mundo afora, será  grande o desafio do Novo Pontífice frente a essa série de desafios que lhe aguardam.

O principal deles será recuperar se possível a dignidade e a moral da instituição frente a essa série de escândalos dos últimos anos. 

Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós doravante.