Assembléia de Deus no Estácio na Rua
Hadok Lobo, 92 no Estácio
Data: 29 de Setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Mas o que é espiritual
discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2.15).
VERDADE PRÁTICA
Discernimento é a habilidade conferida pelo Espírito Santo ao cristão
para distinguir o real do aparente e a verdade da mentira.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 16.1-3
Os hipócritas não discernem o tempo
de Deus
Terça - At 5.1-5
O exemplo clássico de discernimento
Quarta - 1 Co 2.14
O homem natural não compreende as
coisas espirituais
Quinta - 1 Co 12.10
O dom de discernir os espíritos
Sexta - Hb 4.12
A Palavra de Deus é apta para
discernir os pensamentos dos corações
Sábado - Hb 5.14
O discernimento do crente experiente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 13.1-3; Atos 16.16-18.
Deuteronômio 13
1 - Quando
profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti e te der um sinal ou
prodígio,
2 - e
suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após
outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los,
3 - não
ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, porquanto o SENHOR,
vosso Deus, vos prova, para saber se amais o SENHOR, vosso Deus, com todo o
vosso coração e com toda a vossa alma.
Atos 16
16 - E
aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha
espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus
senhores.
17 - Esta,
seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o
caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
18 - E
isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao
espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora,
saiu.
PONTO DE CONTATO
Estimado professor, chegamos ao final de mais um trimestre. Louvamos a
Deus pelo discernimento que Ele tem nos dado com o estudo destas lições
bíblicas. Sabemos que o homem natural, que não tem o Espírito, não distingue o
certo do errado, o puro do impuro, o santo do profano. Mas o filho de Deus
discerne bem entre o certo e o errado.
Assim como Paulo, na era apostólica, levantou-se cheio de ousadia e
repreendeu o espírito de adivinhação daquela jovem, da mesma maneira, Pedro,
orientado pelo Espírito Santo, foi sabedor das reais intenções de Ananias. É,
portanto, desejo de Deus que nós, cristãos da presente era, peçamos a Ele que
capacite homens com o Seu poder e com o dom de discernimento dos espíritos, a
fim de livrar nossas igrejas de heresias e movimentos que cercam o povo de
Deus.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Discernir os ensinos que invadem
nossas igrejas.
· Reconhecer a necessidade do
discernimento.
· Interceder pelos líderes para Deus
outorgar-lhes discernimento.
SÍNTESE TEXTUAL
A necessidade do discernimento espiritual e do conhecimento das
doutrinas bíblicas tem aumentado nesses dias devido ao crescimento das
sutilezas de Satanás. Mas por outro lado, estamos advertidos por Jesus que
disse: “porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes
sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis
que eu vo-lo tenho predito.” (Mt 24.24). Hoje, faz-se necessário o dom de
discernir os espíritos que estão camuflados com doutrinas que parecem cristãs.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como seus alunos reagiram durante este trimestre? O tema das lições foi
cativante? Nesta última lição, propomos um recurso que visa despertar seus
alunos quanto as doutrinas que invadem nossas igrejas através das músicas que, cheias
de sensacionalismos e emoções, arrebanham vidas. As músicas sempre defendem uma
visão doutrinária, por isso, escreva trechos de músicas sacras e outras com
teor duvidoso (músicas que colocam o arcanjo Miguel como maestro do coral de
Deus, ou outras que incitam pessoas a mergulharem numa aventura de fé, como
alguns hinos denominados de guerra ou de adoração), em folhas de papel e dê aos
alunos para eles analisarem a letra à luz da Bíblia. Conceda-lhes alguns
minutos para debaterem entre si e depois conclua corrigindo as letras dos hinos
e valorizando as músicas com letras doutrinárias.
COMENTÁRIO
introdução
Durante este trimestre aprendemos a precavermo-nos das sutilezas de
Satanás e dos perigos à nossa volta. Há heresias, aberrações teológicas e
doutrinas que parecem cristãs. Por meio do ensino dos falsos mestres é possível
o cristão reconhecer a fonte, mas, às vezes, tais doutrinas são apresentadas de
maneira sutil, tornando-se impossível o seu discernimento sem a ajuda do
Espírito Santo.
I. DEFININDO OS TERMOS
1. Sinais e prodígios (v.1). A palavra hebraica ’ôth, traduzida no texto, por “sinal”
é termo genérico que significa: “marca, insígnia, indício, milagre, sinal
miraculoso”. Quando o sentido é de sinais miraculosos, ’ôth vem acompanhado do termo
hebraicomophēth, “maravilha,
milagre, sinal, feito” (Êx 7.3; Dt 4.34; 6.22). O Novo Testamento usa o termo
grego sēmeion para
descrever os milagres operados por Jesus (At 2.22). À luz do texto sagrado, é
perfeitamente possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem ser
enviado por Deus.
2. Espírito de adivinhação (v.16). A palavra grega usada para “adivinhação” é python, nome de um dragão que,
segundo a mitologia clássica, era guardião do templo de Apolo e do oráculo de
Delfos. Acreditava-se que Apolo se encarnava nessa serpente para inspirar as
pitonisas. Os gregos chamavam de python,
portanto, ao adivinho que previa o futuro.
Adivinhação consiste na revelação de segredos do passado, do presente e
do futuro. Essa prática associa-se à feitiçaria, cujo intento é usar poderes do
mundo espiritual para influenciar as pessoas ou até eventos.
3. Discernimento. A palavra grega para “discernimento” é diakrisis. O termo aparece três vezes
com o sentido de contenda (Rm 14.1). Discernimento, pois, é a capacidade de
escolher entre o bem e o mal em virtude do crescimento espiritual (Hb 5.14). É
a capacidade sobrenatural para se distinguir a fonte da manifestação
espiritual, se é de fato do Espírito Santo, de um espírito demoníaco ou meramente
humano (1 Co 12.10).
II. AS ARMAS ESPIRITUAIS
1. O dom do Espírito Santo. O dom de discernir os espíritos aparece logo
após o dom de profecia (1 Co 12.10). Por essa razão, muitos vêem no referido
dom o recurso para se “julgar” as profecias (1 Co 14.29). Entretanto, o
contexto neotestamentário mostra que o dom não se limita a essa função; é
também útil para identificar a origem das várias manifestações de profecias,
línguas, visões e curas. O discernimento de espíritos manifesta-se em situações
em que não é possível, pelos recursos humanos, identificar a origem da atuação
sobrenatural.
2. O discernimento apostólico (v.18). Há duas maneiras para se discernir a fonte da
mensagem ou dos milagres: pelo conteúdo doutrinário (Hb 5.14; 1 Jo 4.1) ou pela
revelação do Espírito Santo (At 5.1-5). O apóstolo Pedro não teria como saber o
propósito de Ananias e Safira sem a intervenção do Espírito de Deus. Em
Filipos, diz o texto sagrado que a jovem com poderes de adivinhação “isto fez
por muitos dias” (v.18): “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação,
são servos do Deus Altíssimo” (v.17). Isso parece mostrar que o discernimento
foi tanto pelo conteúdo doutrinário como também pela revelação do Espírito
Santo.
III. AS ASTÚCIAS MALIGNAS
1. Uma mensagem embaraçosa (v.17). A jovem estava possessa, tomada pelo espírito
das trevas, logo, a mensagem não vinha de si mesma, mas do espírito que a
oprimia. Satanás é o pai da mentira (Jo 8.44) e o principal opositor da obra de
Deus (At 13.10). Por que, então, o espírito adivinho elogiou os dois
mensageiros de Deus, dizendo a todos que eles eram anunciadores do caminho da
salvação e “servos do Deus Altíssimo”? Porque era uma estratégia demoníaca para
confundir o povo.
2. O termo “salvação” (v.17). O texto não esclarece a que salvação o
espírito imundo referia-se, considerando ser um termo comum entre os pagãos.
Essa técnica é usada, ainda hoje, pelas seitas. A salvação dos mórmons, por
exemplo, apresenta sentido diferente daquela pregada pelo cristianismo bíblico:
como libertação dos pecados (Mt 1.21), livramento da condenação eterna (Rm 8.1)
e transformação pelo poder do Espírito Santo (Tt 3.5).
3. Qual a intenção do espírito de adivinhação? O propósito diabólico era dizer
a todos que a mensagem que Paulo e Silas pregavam seria a mesma da jovem
adivinhadora. Ainda hoje, Satanás usa essa estratégia para fazer o povo
acreditar na falsa idéia de que todas as religiões levam a Deus. Essa mensagem
é absolutamente oposta à Bíblia; Jesus é singular, o cristianismo é exclusivo;
somente Jesus conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12).
IV. DISCERNIMENTO
1. O falso e o verdadeiro (v.2). Deus deu a Israel profetas legítimos, os
quais falaram inspirados pelo Espírito Santo. Mesmo no reino dos profetas, Deus
permitiu o surgimento de falsos profetas (2 Pe 1.19-21; 2.1). Como distinguir o
falso do verdadeiro? O texto sagrado diz: “profeta ou sonhador... te der um
sinal ou prodígio” (v.1). Isso fala de sinais grandiosos que podem impressionar
os imprudentes. O termo: “Vamos após outros deuses” (v.2), trata-se de milagres
estranhos. Qualquer um, portanto, mesmo com o mínimo de discernimento, tem
condições de discernir a fonte desses aparentes milagres.
2. A necessidade do discernimento. Já vimos em lições anteriores a possibilidade
de manifestações sobrenaturais por meio de homens não comprometidos com a
verdade. Jesus disse que o Anticristo virá fazendo sinais, prodígios e
maravilhas de maneira tal que, se possível fora, enganaria até os escolhidos
(Mt 24.24). Os agentes de Satanás transformam-se em anjo de luz, e seus
mensageiros em ministros de justiça (2 Co 11.13-15). O crente depende da ajuda
do Espírito Santo para discernir a verdade, e, para isso, é necessário estar em
comunhão com Ele.
CONCLUSÃO
É dever do cristão não se levar pela manifestação de sinais
sobrenaturais sem antes ter certeza de sua origem. Há quem defenda a ortodoxia
cristã, mas não tem qualidade ética, não vive o que prega e nem prega o que
vive. Por outro lado, há quem viva uma vida exemplar, mas cuja doutrina é
heresia. Que Deus abençoe e ajude-nos! Fiquemos sempre na Palavra de Deus.
VOCABULÁRIO
Cardeal: Principal, fundamental.
Imediatista: Praticante do imediatismo; sistema de atuar dispensando mediações e rodeios. Filosofia e prática daqueles que cuidam absorventemente do que dá vantagem imediata.
Sine qua non: Condição sem a qual é impossível.
Imediatista: Praticante do imediatismo; sistema de atuar dispensando mediações e rodeios. Filosofia e prática daqueles que cuidam absorventemente do que dá vantagem imediata.
Sine qua non: Condição sem a qual é impossível.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LIMA, P. C. O que está por
trás do G-12. RJ: CPAD, 2000.
EXERCÍCIOS
1. Em que consiste a adivinhação?
R. Consiste na revelação de segredos do passado, do presente e do
futuro.
2. Quais as funções do dom de discernir os
espíritos?
R. Identificar a origem de diversas manifestações espirituais.
3. Quais as duas maneiras para se discernir a
fonte dos milagres?
R. Pelo conteúdo doutrinário ou pela revelação do Espírito Santo.
4. O que significa o termo discernimento?
R. Discernimento é a capacidade de escolher entre o bem e o mal em
virtude cio crescimento espiritual.
5. O que o Senhor disse do Anticristo?
R. Que o Anticristo fará sinais, prodígios e maravilhas de maneira
tal que, se possível fora, enganaria ate os escolhidos.
“O momento é de alerta
O momento atual da Igreja de Jesus Cristo impõe urgência ao tratar as
doutrinas fundamentais da Bíblia Sagrada como prioridade inegociável. É preciso
escrevê-las, discuti-las, ensiná-las com mais profundidade e dedicação para que
possam ser aprendidas, lembradas, divulgadas como tarefa sine qua non da igreja.
No passado, gastávamos muito tempo falando mais de costumes do que de
doutrina. Hoje, infelizmente, não falamos nem de uma coisa nem de outra. Muitos
de nossos púlpitos estão indefinidos porque cederam à tentação dos avivamentos
coreográficos, da exibição dos grandes números e da cultura imediatista, as
quais flagelam os que procuram seriedade no servir a Deus.
Algumas igrejas, por causa disso, tornaram-se patrocinadoras de
espetáculos e locais onde o ego humano é ‘massageado’, com o nítido objetivo de
crescimento rápido e vantajoso. Resultado: vulnerabilidade doutrinária e
frenesi pelas novidades (At 17.21).
Com a falta de ensino bíblico em muitos de nossos púlpitos, criou-se no
povo um fascínio desesperadamente ambicioso pela experiência, que acabou se
tornando a pedra de toque da vida da esmagadora maioria dos crentes
pentecostais. As profecias, sem nenhum ensino, acabaram tomando o primeiro
lugar na preferência da maioria dos nossos cultos, valendo, para muitos, mais
uma profecia do que um ensino bíblico.
Não esqueçamos que o nascedouro de heresias é sempre a ausência de
estudo bíblico sistemático. Ademais, o povo de Deus precisa ter conhecimento
das doutrinas cardeais das Sagradas Escrituras para poder se defender das
heresias.
Precisamos, portanto, e com muita urgência, fazer uma nova leitura das
necessidades reais do nosso povo e da sociedade ao nosso redor e pensar num meio
de tornar as Boas Novas do Evangelho mais convincentes para o homem atual”
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