quinta-feira, 22 de agosto de 2013

G12 - Grupo dos Doze a Igrejas em Células


Por: Jânio Santos de Oliveira
                                                                                           
Presbítero e professor de teologia da Igreja

 Assembléia de Deus no Estácio

Rua Hadok Lobo, nº 92 - Pastor Presidente Jilsom

 Menezes de Oliveira


Meus amados e queridos irmãos em cristo Jesus, a PAZ DO SENHOR!




“Recomendo, irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e põem obstáculos ao ensino que vocês têm recebido.
Afastem-se deles. Pois essas pessoas não estão servindo a Cristo, nosso Senhor, mas a seus próprios apetites. Mediante palavras suaves e bajulação, enganam o coração dos ingênuos.”
( Romanos 16:17-18)

“No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres.
Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.”  (II Pedro 2:1)

“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.” (I João 4:1)

Governo dos 12 ou Visão 12 ou G12 ou ainda grupo dos 12 é um movimento religioso de linha neopentecostal que teve seu surgimento inspirado na idéia de que cada cristão pode ensinar e liderar doze pessoas na fé cristã, seguindo o exemplo de Jesus. Segundo afirmam seus adeptos, o G12 busca a evangelização, ou seja, ganhar vidas para Deus, cumprindo com o mandamento do Senhor: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”, usando como estratégia as células, pequenos grupos de oração e estudo da Bíblia. Outra prática do G12 é a de trabalhar o discipulado nas células, fundamentado no versículo “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo - Mateus 28.19.”

G12 - Grupo dos Doze / Igrejas em Células
O Programa Celular

Consiste num modelo de igreja em células - organização da igreja em pequenos grupos nos lares que se multiplicam quando crescem. Trata-se da realização de reuniões em pequenos grupos nos lares, escritórios ou em qualquer lugar, objetivando a evangelização e a edificação dos participantes. Em muitas igrejas é usado tal sistema, porém com estudos sadios da Palavra de Deus (como os nossos Grupos de Cristo).

No G12 esses grupos são chamados de C.A.F.E - Célula de Adestramento Familiar e de Evangelismo. O sistema usado pelo G12 não é nenhuma novidade, o que está errado são as heresias e os conteúdos que são apresentados e ensinados nas reuniões familiares do G12.

O que é o G12

Uma das seitas que atualmente mais tem causado confusões, polêmicas e divisões entre os evangélicos em geral. É um movimento que propõe crescimento das igrejas através de células. A proposta é a realização de reuniões nos lares (casas) a partir de 12 pessoas, baseado no caráter dos 12 apóstolos. Segundo o seu fundador esse será o modelo para crescimento da igreja para o futuro.

Suas falsidades têm enganado muitas pessoas desprovidas de raízes no evangelho e sua existência é o cumprimento das profecias sobre a apostasia que a igreja de nosso Senhor Jesus Cristo viveria neste tempo. (Leia Mateus 7:15-23, Mateus 22:29, Romanos 16:17-18, Gálatas 1:6-12, Colossenses 2:8, II Tessalonicenses 2:1-4, I Timóteo 1:3-7 / 4:1-2 / 6: 3-5, II Pedro 2:1-3, I João 4:1).

G12 é um movimento neopentecostal que tem assumido práticas esotéricas e espíritas tais como: regressão, psicologia e liberação de perdão a Deus.

Os conceitos teológicos do G12 acerca do homem diante de Deus, Pecado, Igreja e Santidade são ensinos antibíblicos.

O G12 emprega métodos psicológicos (Controle da mente), sendo um movimento extremamente perigoso porque pode trazer inúmeros problemas psicológicos a médio e longo prazo aos participantes.

Fundador

O "pr." César Castelhanos Dominguez, da Colômbia, fundador da "Missão Carismática Internacional", a qual declara-se uma igreja evangélica, com sede em Calle 22C Nº 31-01 - Bogotá Colômbia e, segundo Castelhanos, conta com 170 mil membros e 15 mil células ou grupos familiares.

Origem

O movimento surgiu de uma "Visão" que o "pastor" César Castelhanos diz ter recebido de Deus em 1991: consistia numa orientação para que ele trouxesse ao mundo o "novo modelo" de crescimento de igreja para o futuro. Veja a tônica da visão de Castelhanos: - "Nesta ocasião, escutei o Senhor dizendo-me: Vais reproduzir a visão que tenho dado em doze homens, e estes devem fazê-lo como outros doze, e estes por sua vez em outros doze".

O Movimento no Brasil

O movimento é representado no Brasil na voz da "pastora" Valnice Milhomens e na do "pastor" René Terra, e vem se espalhando por todo o Brasil.

No ano de 1999, a "pastora" Valnice Milhomens trouxe o "pr." César Castelhanos ao Brasil para uma convenção em São Paulo, onde 3500 pastores de todos os segmentos evangélicos, representando todos os estados da federação, fizeram-se presentes. A partir daí a visão de Bogotá tornou-se conhecida no Brasil, sendo aderida por muitos.

Métodos do G12

"O encontro é tremendo!" Este é o chavão usado entre as pessoas que participam dos encontros do G12. Os encontros, retiro de três dias, são a forma utilizada pelo movimento do G12 para alcançar adeptos. Os tais não são nada mais do que uma lavagem cerebral. Dividem-se em encontros e pré-encontros e são realizados periodicamente. O candidato a adepto só participa depois de superar as fases iniciais que poderão capacitá-lo a ser membro do movimento. O que acontece nos encontros é expressamente proibido de ser divulgado pelos participantes, dando ao movimento idéia de uma sociedade oculta. Quando recebemos algo bom o que mais queremos é anunciar a todos, o próprio Cristo disse que anunciássemos as boas novas, porém no G12, a prática é totalmente contrária: as experiências lá vividas não podem ser divulgadas a ninguém. Obs. Segundo Josué Mello Salgado, na apostila Desmistificando o G12: "Os métodos de persuasão usados no encontro, em muitos casos, estão chegando às raias de uma lavagem cerebral".

Regressão

Existe um manual de realização de encontros, porém os adeptos só têm acesso após participarem do encontro. Neste manual ensinam que para a libertação de traumas passados é necessário fazer uma espécie de regressão a qual deve estender-se até a vida intra-uterina, visualizando o encontro do espermatozóide do pai com o óvulo da mãe, numa espécie de flash-back. A pessoa deve ir lembrando de todos os acontecimentos e pessoas que lhe causaram dor, até o momento presente, depois deve perdoar a todos.

A Bíblia diz no evangelho de João capítulo 3 acerca do nascer de novo. O nascimento ali referido é nascer da água e do Espírito e não nascer de uma regressão intra-uterina. A Bíblia ainda diz que "as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo". (II Co 5.17).

Toda e qualquer tentativa de cancelamento de pecado por regressão, quebra de maldição ou cura interior invalida o sacrifício vicário de Cristo.

Vale ressaltar que a regressão é uma prática psicoterapêutica e não um meio espiritual de libertação.

Figuras semelhantes às utilizadas pela seita Nova Era são utilizadas no manual, como uma roda de oração contendo trechos da Bíblia que se colocada lado a lado com um mapa zodiacal a roda de oração tem a estrutura deste símbolo esotérico, confundido-a com métodos ocultistas.

Heresias, Bizarrices e Esquisitices

Os encontros são marcados por manifestações emocionais como gritos, urros, desmaios, ataques incontroláveis de riso (unção do riso ou riso de Isaque), confissões de pecados e liberação de perdão até para Deus. Líderes do G12 ensinam que o homem precisa despertar para uma "nova consciência", e que Deus é uma fonte geradora de óvulos pensantes e multiplicadores do bem. Para um bom relacionamento com o criador, no entanto, propõe a observância de 5 códigos sagrados: consciência, inovação, intenção, proposta e juramento.

O Número 12

O G12 inculca idéias supersticiosas com relação ao número 12, fazendo-o parecer um número da sorte. Crêem que o mesmo tem poder de abrir supostos caminhos para o sucesso e o crescimento instantâneo da igreja, em detrimento a todos os demais números existentes na Bíblia Sagrada, admitindo o número 12, de certa forma, como um número mágico, supersticioso. As células não podem ultrapassar 12 membros.

Os líderes do G12 afirmam inclusive que as igrejas que não participarem da nova visão para crescimento de igrejas serão substituídas e estão fora da "visão" de Deus. Nesse ponto o G12 em nada difere das demais seitas.

Quebra de Maldição

Nos encontros são feitas confissões de pecados cometidos até mesmo no ventre materno, afim de que se quebrem todos os vínculos do passado: bons e maus. Para isso submetem-se a uma oração chamada "quebra de vínculo". Refutação (II Co 5.17).

Enfatizam muito nos encontros a maldição hereditária, sua renuncia e quebra, não importando como ela entrou, se através dos pais, avós, etc. Quebra-se a maldição do nome (pois alguns nomes podem ser oferecidos a ídolos, demônios e etc).

Palavras de uma Testemunha Ocular

"O preletor fez explanações sobre corpo, alma, espírito, com as possíveis feridas emocionais e suas diversas causas, depois foi colocado uma música envolvente, iniciando então a regressão até a fecundação. Seguindo para adolescência, puberdade e suas conseqüências pecaminosas, logo após aconteceu o que chamo de "fenômeno do cai-cai". O preletor ministrou a unção com óleo em cada participante e estes caiam no chão (recebendo uma pequena ajuda, sendo empurrados na testa). Foi então entregue um pedaço de papel e uma caneta para que escrevêssemos todas as transgressões que lembrássemos. Depois fomos separados em grupos de doze pessoas, para lançar todos estes papéis pecaminosos em uma fogueira".

Os líderes de células

São escolhidos os que mais se destacam entre os próprios participantes. Mas como são preparados estes líderes? Recebem um treinamento de seis meses onde aprendem técnicas de manipulação e persuasão e após o curso já estão "aptos" para organizar e dirigir uma célula, onde irão pregar, ministrar ceia, batizar e até ouvir a confissão de pecados de seus discípulos.

Objetivo do G12

Com base no que foi apresentado acima, conclui-se que o G12 é uma tentativa diabólica de enfraquecer lideranças e igrejas, pois cria um novo método de evangelização, de liturgia e até uma nova linguagem de pregação, pois nas células o número de pessoas não pode ultrapassar 12. Nestas células são os líderes fazem recolhimento dos dízimos e de ofertas e há autonomia de batizarem os novos cidadãos do grupo, levando em conta algumas situações como distância e tempo. Mas isso deixa claro que o objetivo do movimento é enfraquecer as lideranças e a igreja em massa , pois não havendo grandes igrejas, não há grandes líderes.

Quem são os que aderem ao G12

São crentes ingênuos ou desconhecedores da doutrina bíblica da salvação, que não lêem a Bíblia e nem participam da Escola Bíblica; pessoas em busca de novas experiências fora da Bíblia e que não conseguem ter essa realização "espiritual" em suas igrejas, tornando-se presas fáceis destes movimentos; pastores ambiciosos por status e dinheiro e frustrados com a liderança de suas igrejas, sem perspectivas, sem projeção.

Haveria teoricamente algo de errado nisso? Seguramente não.

O grande problema está nas estratégias, liturgias, propostas teológicas e práticas de cunho espiritual que se dão nos ambientes dedicados ao G12, os quais geram polêmicas aguerridas e até mesmo separatistas dentro de nosso universo eclesiológico.

No Brasil, muitas são as denominações evangélicas que abraçaram o G12 e outras tantas que vieram a ser fundadas a partir de células do G12 dissidentes de outras igrejas. As influências de todo esse processo foram e têm sido tamanhas que toda a compostura cristã passou por profundas transformações desde então. Se são boas ou más, bíblicas ou não, é o que nos propomos tratar nessa série de mensagens, que a partir de agora iniciamos.


UMA ORIGEM CONTROVERSA

O movimento G12 foi criado oficialmente pelo pastor colombiano César Castellanos Dominguez, da Missão Carismática Internacional (MCI).

Castellanos iniciou seu movimento em 1983, inspirado no modelo de igreja em células do pastor sul-coreano David (Paul) Yongii Cho da "Igreja do Evangelho Pleno". Com esse projeto deu-se início ao MCI. Castellanos afirma, então, ter recebido uma revelação profética diretamente de Deus, em 1991, em resposta à sua oração em prol do crescimento de sua igreja, devido o movimento inicial não ter obtido o êxito esperado.

Em seu livro "Sonhas e Ganharás o Mundo" Castellanos esclarece:

"Em 1991, sentimos que se aproximava um maior crescimento, mas algo impedia que o mesmo ocorresse em todas as dimensões. Estando em um dos meus prolongados períodos de oração, pedindo a direção de Deus para algumas decisões, clamando por uma estratégia que ajudasse na frutificação das setenta células que tínhamos até então, recebi a extraordinária revelação do modelo dos doze. Deus me tirou o véu. Foi então que tive a clareza do modelo que agora revoluciona o mundo quanto ao conceito mais eficaz para a multiplicação da igreja: os doze. Nesta ocasião, ouvi o Senhor dizendo-me: vais reproduzir a visão que tenho te dado em doze homens, e estes devem fazê-lo em outros doze, e este, por sua vez, em outros doze.

O PAPA GOSPEL

No Brasil, o grande e maior expoente do G12, sem dúvida alguma é Renê Terra Nova. Sendo o líder desse movimento mais questionado por linhas contrárias, ele é ao mesmo tempo admirado e seguido por milhões de adeptos, que o viram ao longo dos anos, deixar de ser um simples pastor local, para posteriormente se tornar “apóstolo” e agora recentemente intitulado Pai Apóstolo.

Em julho de 2010, toda a igreja cristã brasileira foi escandalizada por notícias que davam conta de que, cercado de pompa e circunstância o já apóstolo Renê Terra Nova, da visão celular, foi proclamado patriarca por vários líderes – ligados ao Ministério Internacional da Restauração – dando conta que a sua “unção” é a mesma dada por Deus a Abraão, o que pode ser conferido em seu próprio site.

Esta unção foi inicialmente referendada em um “ato profético” realizado no final de 2009 por Morris Cerrullo (que é acusado de vários atos de extorsão e enriquecimento ilícito em nome da fé). Desde então, Terra Nova deixou de assinar “apóstolo” e passou a se auto proclamar PAI Apóstolo e, agora, patriarca. Ou seja: Temos um Papa Gospel!

Para muitos estudiosos da questão, uma radiografia do movimento celular brasileiro, em especial o MIR, apresenta em Terra Nova uma figura delirante e ávida por reconhecimento público. Vários são os estudos já amplamente publicados na web e literatura, que denotam os meandros e técnicas de captação de membros, refutando as doutrinas espúrias do modelo do MIR e defendendo a tese de que, por trás das práticas de idolatria geográfica e das mudanças na hierarquia eclesiástica, não há tão somente vaidade ou ignorância bíblica (escândalos claramente visíveis), mas também a montagem de um bem elaborado modelo de gestão financeira, inspirado nas mais eficazes técnicas de marcado de redes.

Tal estrutura, em conjunto com o dogma da infalibilidade patriarcal (qualquer semelhança com a infalibilidade papal do catolicismo medieval, não é mera coincidência), estabelecido recentemente por Terra Nova, e as campanhas de HONRA e FIDELIDADE ao “pai da visão”, garantem o controle financeiro e político sobre a dispersa, mas imensa estrutura da nação celular nacional.

Não obstante, O movimento G12 tem sido acusado de práticas absolutamente antibíblicas, em especial, devido aos ventos de doutrina e modismos criados a partir de meras ilustrações veterotestamentárias retiradas de seu contexto. Isso será assunto amplamente explorado mais adiante.

PRIMEIRAS CONSTATAÇÕES

O G12 já em sua origem traz um signo de muita suspeição, uma vez que segundo as palavras de seu próprio criador Cesar Castellanos, provém de uma revelação especialmente a ele conferida.

Qualquer cristão de médio conhecimento bíblico sabe que todas as distorções sectárias e que redundam em novos movimentos religiosos, nascem dessas tais “revelações individuais”. É impressionante imaginar que Deus tenha ficado em silêncio durante 2000 anos de existência de Sua Igreja, para revelar exclusivamente aos senhores Castellanos e Terra Nova esse espetacular segredo de crescimento eclesiástico.

Igualmente nos causa surpresa a desconsideração por parte de alguns de que um dos mais sólidos pilares do Cristianismo, pelo qual lutaram e morreram muitos cristãos primitivos e os reformadores da Idade Média, de que somente as Escrituras Sagradas são nossa regra de fé e prática e que tudo quanto nela não se acha claramente exposto, deve ser convictamente repudiado pela igreja. Uma geração de seguidores de revelações tem se consolidado nos dias atuais - razão pela qual a igreja moderna perde identidade, envolvendo-se em inúmeras práticas impensáveis para os primeiros cristãos.

Obviamente, muitas são as ramificações do G12 espalhadas pelo Brasil. Várias delas, não tendo como negar, admitem os absurdos praticados e ensinados por Terra Nova, mas preferem difundir a tese de que são possuidoras da forma mais pura e abençoada de utilizar o modelo dos 12, em vez de repudiá-lo. Respeitamos e oramos por todos aqueles que pensam assim.

Dentre essas considerações iniciais do tema, também é importante notar um evidente culto á personalidade que se estabelece. O abandono da alcunha pastoral para a obtenção de “patentes superiores”, como a de “apóstolo” e agora o patriarcado, é algo profundamente escandaloso e lamentável, que se espalha por várias denominações evangélicas, denotando com clareza que títulos e honras já não cabem nas dimensões da vaidade humana.

Para muitos que vivem de forma sincera dentro do G12, isso tudo pode soar muito confuso ou mesmo como parte integrante de “um grande conflito espiritual”, já que assim os líderes do movimento adestram as mentes incautas, com vistas a que não aceitem os argumentos contrários. Todavia, desde o nascimento da igreja, muitas foram as heresias que macularam a inteireza do evangelho, mas que por ação do Espírito de Deus e pela iluminação de Sua Palavra, não prevaleceram e foram varridas de nossa teologia comumente aceita. Pensamos que não será diferente com o G12, que faz um poderoso uso de seu marketing do modismo, mas que não se susterá ante a ação soberana da verdade cristã.

OS ENSINOS E SISTEMÁTICA DO G12

Como já salientamos, para que entendamos o que é o modelo G12, é preciso conhecer os pastores César e Claudia Castellanos, fundadores da Missão Carismática Internacional, em Santa Fé de Bogotá, Colômbia. Foram eles os criadores desse movimento, que, desde 1999, se propaga no Brasil, causando simpatia e repulsa, gerando apaixonados pela visão e rebeldes, rachas e uniões, encontros e desencontros, verdades bíblicas e heresias.

César e Claudia iniciaram a Missão, no início da década de 80, usando o modelo da igreja em células de Paul (David) Yonggi Cho, autor do livro A Quarta Dimensão, com conteúdo de forte influência da confissão positiva e teologia da prosperidade. Buscando um modelo mais eficaz para crescimento, em fevereiro de 1983, César recebeu, segundo suas próprias palavras, uma profecia de 45 minutos: “Sonha, porque os sonhos são a linguagem do meu Espírito. A Igreja que tu pastoreias será tão numerosa como as estrelas do céu ou como a areia do mar, que, de tanta gente, não se poderá contar”. Foi desse sonho que nasceu a visão do governo dos 12, que compreende doze líderes, focalizando diferentes áreas da sociedade, formando uma cadeia não geográfica para alcançar mulheres, homens, crianças, jovens. Neste modelo se forma uma pirâmide de células, plantadas pelas pessoas que se convertem. Cada célula se reproduz do mesmo modo, acelerando o crescimento da Igreja.

O sonho de Castellanos também virou o livro “Sonha e ganharás o mundo”, uma espécie de bíblia colombiana do movimento. De acordo com a “apóstola” e agora “pastora” Valnice Milhomens, em sua Declaração sobre a Visão dos Doze: “Não existe um movimento chamado G12. O termo, ao que parece, foi usado nos Estados Unidos, para simplificar um modelo de igreja em células, sendo agora usado no Brasil”. Valnice, que surgiu no cenário evangélico como uma humilde missionária, tornou-se pastora e agora apóstola, foi a pessoa responsável por trazer ao Brasil César e Claudia, em junho de 1999, para uma convenção. Com o tema Avivamento Celular – Desafio para o Século XXI, mais de 3500 pastores de todo o País, de diversas denominações, ouviram e muitos adotaram a visão ministerial vinda de Bogotá. Na ocasião, o pastor César “ungiu” Valnice como parte da equipe internacional.

O modelo gerado em Bogotá afirma que cada pessoa ganha para Cristo deve ser integrada a uma célula, e cada célula deve, por semana, alcançar novas pessoas. Ainda de acordo com a Declaração de Valnice, cada novo crente é visto como um líder em potencial, que, após passar por um processo de consolidação, é encaminhado a uma escola, onde será treinado como líder de célula: “Ao abrir sua própria célula, ele sai de sua célula mãe, mas continua ligado ao seu líder, que continuará a discipulá-lo. É como um filho. Seu líder vai reunindo em torno de si cada um dos líderes nascidos em suas células, até o numero de doze. A isso se chama grupo de 12”. A multiplicação de uma célula em doze leva de um a três anos, de acordo com o ritmo do líder.

Na Missão Carismática Internacional, de Bogotá, já existem mais de 25 mil células. De acordo com o pastor Frank Gonzalez, auxiliar de César Castellanos, as células são a coluna vertebral da Igreja: “O modelo das células é uma estratégia do Espírito Santo para pastorear multidões e poder conservar todas as pessoas que se entregam a Jesus Cristo. As células são respostas de Deus à Igreja do terceiro milênio, já que a igreja celular avança. Aqui as células são um modo de vida, não é um programa, mas a coluna vertebral de nossa igreja”.

COMO FUNCIONA

No início dos anos 2000, virou moda falar do "Encontro" e a frase "O Encontro é tremendo" se tornou chavão em igrejas tradicionais e pentecostais. A expressão virou adesivo de carro, estava estampada em camisetas e painéis: “Era uma febre. Todo mundo queria participar. O "Encontro" é a porta de entrada para a visão da igreja em células.

Na visão da igreja celular, quatro palavras resumem o modelo: ganhar, consolidar, treinar e enviar. Os encontros são realizados para consolidar os novos crentes para que tenham condições de treinar e enviar outros. Ainda de acordo com a Declaração sobre a Visão dos 12, de Valnice, o "Encontro" trata-se de um retiro no qual o novo crente experimenta um impacto espiritual marcante em sua vida: À semelhança do que aconteceu com Paulo depois da visão de Jesus a caminho de Damasco, quando por três dias esteve separado na presença de Deus, o Encontro visa separar o novo crente do seu ambiente para um tempo concentrado na presença de Deus. Ali ele é levado a refletir sobre o plano de Deus para sua vida.

Esse é o discurso oficial, acerca do qual pouco se pode contestar. O grande problema está nos acontecimentos que se dão nesses encontros, acerca dos quais muitos testemunhos escandalizados são dados por toda parte. Sem falar no estranho mistério que o cerca, onde seus participantes são convencidos a manter mistério acerca do que viram e ouviram. Em se tratando de um evento que reivindica ter a benção de Deus só esse fato em si já o credencia a merecer nossas suspeitas.

OS ENSINAMENTOS

Parece-nos, antes de tudo, importante enfatizar que há uma grande e profunda diferença entre os conceitos “Igreja em Células” e “Igreja com Células”. Na "Igreja com células", estas estão intimamente ligadas à igreja, trabalhando para a Igreja e têm todo o apoio pastoral da Igreja, enquanto que na "Igreja em células", na forma adotada pelo G-12, estas são autônomas, independentes e funcionam como verdadeiras igrejas. Isso explica porque nosso discurso não é de oposição ao uso do modelo de células, mas na forma como isso se dá no G12 e também serve para provar que o G12 não inventou esse modelo, pois bem antes da “revelação” experimentada por Castellanos, já era adotada por outras igrejas no mundo inteiro, obviamente com outras características piedosas e não polêmicas.

No Brasil o movimento baseado nesse princípio está com o Pastor Renê Terra Nova (Ministério Internacional da Restauração), ex pastor da Igreja Batista (Manaus-AM); com a Pastora Valnice Milhomens (Igreja Nacional do Senhor Jesus), ex membro, também, da Igreja Batista (São Paulo-SP); e com o Pastor Robson Rodovalho (Comunidade Sara Nossa Terra), de Brasília-DF. Posteriormente também aderiram a esse movimento as Igrejas Batista Nacional,  Quadrangular, além de outros líderes  e ministérios de proeminente importância.

Segundo o Pastor César Castellanos, na "visão" Deus lhe teria dito: "Sonha, sonha com uma grande Igreja, porque os sonhos são a linguagem do meu espírito. A Igreja que hás de pastorear será tão numerosa quanto as estrelas do céu e a areia do mar, que de multidão não se poderá contar". Nessa mesma "visão" Deus teria lhe perguntado: que Igreja gostarias de pastorear? De acordo com suas experiências, observou que os que têm êxito são os que apreenderam a ter esperança, a "sonhar", a projetar-se (seu livro citado pág. 20, 21 e 34).

César Castellanos ensina que, pela utilização dos sonhos, todos nós podemos provocar transformações no mundo real, trazendo à realidade aquilo que incubamos em nossas mentes. Ao afirmar que o "mundo é dos sonhadores", ele coloca uma condição para que recebamos tudo de Deus: atrever-nos a sonhar. Esta afirmação contrasta com o que a Bíblia diz: "e esta é a confiança que temos nEle, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Ele nos ouve" (I Jo 5:14). Não existe absolutamente passagem alguma na Bíblia que se possa usar para endossar a afirmação de que os sonhos são a linguagem do Espírito de Deus. Há uma gritante diferença entre receber visões e sonhos de Deus e desenvolver os seus próprios.

Este evangelho pervertido, busca transformar homens em deuses. É-lhes dito: "seu destino está no poder da mente (...), transforme seus sonhos em realidade usando o poder da mente". Fique sabido de uma vez por todas que Deus não abdicará de Sua soberania em favor do poder de nossas mentes, seja ele positivo ou negativo. Devemos buscar a mente de Cristo, e Sua mente não é materialista; não se focaliza no sucesso ou na riqueza. A mente de Cristo se focaliza na glória de Deus e na obediência à Sua Palavra.

Foi assim que surgiu a "Visão" para implantar o Modelo dos Doze, o conhecido G-12, com Igrejas em Células de multiplicação, resultado de um visionário sonhador. Veja como ele se expressa: "Deus dá visões, revelações e ‘sonhos’ àqueles que se submetem integralmente à sua vontade" (SONHA e Ganharás o Mundo, pág. 33). Cremos, sim, nessa afirmativa, porém desde que tudo seja de conformidade com a Palavra de Deus e não de acordo com desejos e caprichos pessoais.

É, no mínimo, curioso o fato de o Pastor César Castellanos enfatizar tanto as suas "Visões" dadas por Deus (?) e que o levaram a criar esse movimento espiritual. Aliás, pelo que se sabe, todos os movimentos gnósticos e seitas e heresias até agora surgidos sempre foram com base em "Visões e Revelações", conforme afirmaram, dados por Deus. O que dizer de Joseph Smith (fundador da Igreja dos Mórmons), Ellen G. White (Mãe da Igreja Adventista), Kenneth Hagin (Teoria da Prosperidade), Peter Wagner (Guerra Espiritual), David Berg (Os meninos de Deus), Marilyn Hickey (Maldição Hereditária), Essek Willian Kenyon (Confissão Positiva) e outros mais.

Entendemos ser bastante ridículo e, até, antibíblico, dizer que "os sonhos são a linguagem do Espírito de Deus". O Espírito Santo não nos traz sonhos, traz-nos realidade e poder para proclamarmos o Evangelho de Cristo (At 1.8) e termos comunhão com Jesus Cristo (Jo 14.26). É o Espírito Santo quem nos convence do pecado (Jo 16.18), revela-nos a verdade a respeito de Cristo (Jo 14.16-17), realiza o novo nascimento (Jo 3.5-6) e faz-nos membros do corpo do Senhor Jesus (I Co 12.13).

Pelo que se vê, o Pastor César está envolvido numa redoma de vaidade, quer na multidão de seus sonhos, quer nas suas muitas palavras (Ec 5-7).

Porém Deus disse: "Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que são só profetas do engano do seu próprio coração (Jr 23.25-26)?". Não é demais relembrarmos que o último profeta desta era foi João Batista (Lc 16.16) e foi o próprio Cristo quem disse. O que dizer então dos profetas, apóstolos e agora até patriarcas da atualidade?

Lendo o livro do Pastor César, na pág. 88, deparamo-nos com a afirmação de que Abraão, aos 99 anos, tinha muitas feridas não tratadas. Tal alegação não procede e falta com a verdade ao proclamar tamanha aberração, distorcendo os fatos bíblicos. O que a Bíblia nos revela é que Abraão foi obediente ao chamado do Senhor e era homem de muita fé em Deus. (Gn 12.4 e Rm4.12).

Para o Pastor César, somente após participar do "Encontro", é que o crente recebe a cura interior e é liberto de qualquer maldição que tenha imperado em sua vida, bem como experimenta o verdadeiro arrependimento e o novo nascimento. O "Encontro", afirma ele, é mais importante do que os batismos na água e no Espírito Santo e equivale a todo um ano de assistência fiel à Igreja (livro citado, pág. 91). Essa afirmação já seria mais do que suficiente para despertar o repúdio de todo e qualquer cristão com respeito ao Evangelho e com conhecimento médio das Escrituras.


Ele afirma, ainda, que qualquer "rejeição" de uma pessoa que tenha ocorrido durante a gravidez, na infância ou na adolescência, é o tema de maior tratamento dispensado durante o "Encontro" e cortar todas as maldições que venham por descendência e compreender com exatidão quem é Deus é um dos temas principais. (pág. 92). Biblicamente não há respaldo para essas heresias do colombiano. Se o tivesse, José, filho de Jacó, teria que ter passado por um tratamento, promovido um "Encontro" para livrar-se de tudo que passou nas mãos de seus irmãos, bem como quando esteve preso no Egito. E o que dizer de Jó, que perdeu tudo o que possuía em um só dia, inclusive seus filhos? O Apóstolo Paulo também precisaria desse "Encontro", para quebrar as maldições, porque além de ter perseguido a Igreja de Cristo, também consentiu na morte de Estevão. Portanto, não há sustentação bíblica para tais rituais.

É incrível o relato que o Pastor César faz na página 113, onde ele afirma que para libertar uma mulher possuída pelo espírito de lesbianismo, teve que orar por ela desde que se encontrava no ventre de sua mãe. Fez uma regressão em toda a vida passada, a partir da concepção. Isto baseado, segundo ele, em Efésios 1.4. Causa-nos espanto tal narrativa! E nos perguntamos: o que tem a ver a libertação da referida mulher com a passagem bíblica citada? Senão vejamos o que a Bíblia nos diz no versículo citado: "como também nos elegeu nEle antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dEle em caridade". Onde o Pastor César Castellanos aprendeu essa prática? Baseada na Bíblia, certamente, não! Não há um só versículo que nos dê margem para "regressão". Essa prática faz parte de sua visão pessoal, fundamentada em técnicas psicoterápicas e espíritas. Vê-se regressão em centros espíritas e consultórios de hipnose já há muitos anos anteriores aos ensinos de Castellanos. A palavra de Deus nos mostra bem claro como o crente deve proceder nesses casos: Mateus 17.21 (oração e jejum) e Marcos 16.17 (em nome de Jesus). Esta, sim, é a maneira correta e bíblica de lidarmos com o mal personificado, e não fazendo levantamento da vida passada da pessoa atormentada. Trata-se, portanto, de uma grave e flagrante distorção da Palavra de Deus.

E as aberrações não ficam apenas por aí. Para ele o "Pastor da Igreja é o Espírito Santo", enquanto que ele (o Pastor César) "é apenas o colaborador" (livro citado, pág.107-108). Mas que inversão de valores! A Bíblia Sagrada nos afirma que o Pastor é o "apascentador do rebanho de Deus" (At 20.28) e responsável pela "pregação e doutrina da Igreja" (II Tm 4.1-4), enquanto que o Espírito Santo é o que habita em todo crente salvo (Jo 14.16-17 e I Co3.16) e adverte a Igreja contra a apostasia (I Tm 4.1-2), além de outros atributos. Em lugar algum das sagradas escrituras encontramos Jesus, os apóstolos, ou o próprio Deus dizendo que quem pastoreia a Sua igreja seja o Espírito Santo. São homens, sim, escolhidos por Ele (Deus) para tomar conta do rebanho dEle, apascentar os salvos por seu Filho Jesus (Ef 4.11-12). Tal declaração de Castellanos seguramente denota seu astucioso plano de dá legitimidade espiritual aos seus delírios, atribuindo-os o status de “ordens do Espírito Santo”.

Diz ainda o Pastor César que o que "ele mais tem estudado na Bíblia" é a vida de Jesus Cristo (livro citado, pág. 103-104). Não nos parece verdadeira esta afirmativa. Onde ele encontrou no Novo Testamento Jesus ou seus apóstolos ensinando sobre maldição hereditária, quebra de maldição e regressões desde a vida intrauterina? Onde ele encontrou Jesus ensinando que a pessoa que O recebesse como Senhor e Salvador fosse participar de um "Encontro", a fim de nascer de novo? Foram as "Visões" que lhe revelaram? Se o foram, convém ressaltar que visões não suplantam as Escrituras.
Porém, os devaneios do Pr. César, que para ele foram palavras de Deus que lhe foram dirigidas, não ficaram no que já relatamos. Conta ele em seu livro mencionado, na pág. 83, que "ganhávamos e ganhávamos multidões de uma forma sem precedentes na Colômbia, mas muitos deles não ficavam na igreja. Em várias oportunidades encontrei-me com alguns dos convertidos em diferentes lugares, que me diziam: ‘Pastor, eu conheci o Senhor na missão, mas estou congregando em tal igreja’. Eu dizia: ‘Amém, glória a Deus, esta alma não se perdeu, está sendo edificada!’. No entanto, chegou o dia em que Deus chamou minha atenção, dizendo-me: ‘Estás errado: essa alma Eu a trouxe à tua igreja; se tivesse querido mandá-la a outra igreja tê-lo-ia feito. Enviei-a para ti para que cuides dela e espero que me respondas’." Para quem conhece Deus e a Sua Palavra, cremos que aqui não cabe qualquer comentário sobre o relato do pastor colombiano. Primeiro porque Deus não faz acepção de pessoas, nem de igreja, porque para Ele há uma só Igreja, nem tampouco igreja nenhuma pertence a esse ou àquele pastor. A Igreja é do Senhor Jesus Cristo, independente dos rótulos humanos.

Como afirmamos inicialmente, o movimento nasceu na Colômbia; no Brasil tem como um de seus braços fortes a Igreja Nacional, que é pastoreada por Valnice Milhomens. Esta escreveu um livro intitulado "Plano Estratégico para Redenção da Nação". Nele, ela descreveu com riqueza de detalhes o que é a "Igreja em Células" adotada por ela em nosso país, e como funciona o Modelo dos 12. Quer dizer que o plano para redenção do Brasil e do mundo não é de Deus, em Cristo, mas o do G-12?

Nesse sistema de ‘Igrejas em Células

1. Os crentes cuidam uns dos outros (não há pastor, mas um líder) nas células
2. A Igreja tem dois componentes básicos: a celebração e as células. Por conta disso o G12 destruiu a Escola Bíblica Dominical
3. A Celebração é a reunião no Templo (observe o leitor que não é chamado de culto, mas celebração)
4. A Célula (em casas), porém, é a mais importante
5. Na Célula são recolhidos os dízimos e as ofertas e celebram até a Santa Ceia
6. Na Célula batiza-se em águas, desde que a pessoa não tenha condições físicas para ir ao Encontro.

Pelo que se vê, o trabalho nas casas, onde as células reúnem-se, está acima de todo e qualquer trabalho realizado no Templo. Ao contrário do que ocorre nas demais Igrejas, que possuem ‘grupos familiares’, de ‘discipulado’, etc (e não as conhecidas células do G-12), que desenvolvem trabalhos de aprendizado da Palavra de Deus, e que estão totalmente ligadas e dependentes de suas matrizes, sejam templos centrais ou congregações.

Na Igreja em Células, nesse modelo, seus membros participam da Igreja unindo-se às células. Nelas os crentes são responsáveis uns pelos outros. A Bíblia nos ensina que quem vela (cuida) dos crentes é o anjo (pastor) da Igreja, e não essa cumplicidade pregada pelo G-12.

Segundo afirma a "Pastora" Valnice, "um Pastor não pode discipular mais do que doze pessoas. Se isso fosse possível, Jesus o teria feito". E continua: "Ele (o Pastor) não pode cuidar bem de uma Igreja com mais de cem membros". Por isso é que "o pastoreio e discipulado acontecem no contexto da célula".   Um absurdo completo!
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No modelo dos Doze, o descrente, após sua decisão para Cristo, vai para a célula (e não para a Igreja), onde permanece por dois meses até participar do "Encontro". Assim, o novo convertido, após um ano de sua decisão, torna-se um Líder de Célula (Pastor?) e começa então a formar seu grupo de doze.


Fazer um mapeamento espiritual, onde lhe dá uma visão de sua jornada espiritual até então. Esse mapeamento está mais para o ‘mapa do zodíaco’, utilizado pelos espíritas e os astrólogos, do que para pessoas que se dizem cristãs;

Receber treinamento sobre novos relacionamentos, incluindo princípios básicos da vida cristã;

Integrar-se à célula como seu membro;

Fazer o pré-encontro, composto de quatro palestras semanais, para então poder habilitar-se a fazer o "Encontro";

Participar do "Encontro", que é um retiro espiritual de três dias, onde recebe ministração de arrependimento, perdão, quebra de maldições, libertação, cura interior, batismos no Espírito Santo e nas águas, bem como a "visão da Igreja";

Participar do "Pós-Encontro", que consiste em quatro palestras semanais, a fim de consolidar o que aprendeu no "Encontro".


Durante o "Encontro" (ou Desencontro?) todos ficam em absoluto silêncio, sem se comunicar com ninguém (apenas durante as refeições é que podem se comunicar, mas mesmo assim nada deve ser comentado sobre o que está ocorrendo). Trata-se de prática chamada de "nobre silêncio", que há muitos séculos (mais de 400 anos) antes de Cristo já era praticada por Buda. Hinos são cantados por repetidas vezes (tal como o mantra praticado por cultos esotéricos há séculos) e sempre há uma música de fundo sem letra durante todos os trabalhos. Desta forma é feita uma verdadeira "lavagem cerebral" nas pessoas. São técnicas psicoterápicas, em que há até catarse. Um ato teatral é encenado, para que todos entendam o sofrimento na cruz, o quanto Cristo sofreu por nós. Há uma apelação muito forte para o emocional. Lidam astuciosamente com a emoção e o sentimento das pessoas.

Pelo que se vê, observa-se que o novo convertido é levado a seguir múltiplos rituais, alguns bons e até dignos de observações, porém outros sem qualquer fundamento bíblico, a exemplo do que é chamado de "pré-encontro" e de "Encontro". Cremos no que está escrito na Bíblia, que o pecador é perdoado, liberto de todo o seu passado mal e perverso, no momento em que aceita a Jesus Cristo com sinceridade, arrependendo-se e se convertendo ao Evangelho do Reino.
Vejamos o que o Apóstolo Pedro nos disse em Atos 3.19: arrependei-vos, pois, e convertei-vos para que sejam "apagados os vossos pecados". Compare ainda Jo 3.16, Rm 8.1, Jo 1.12-13, Cl 2.13-14, Gl 3.13, Hb 8.12 e 10.17-18.
Portanto, não vemos razão alguma para participar desse Encontro. Aliás, o Pastor César também comenta em seu livro (citado na postagem anterior) que somente após o "Encontro" é que o crente recebe a cura interior e é libertado de qualquer maldição que tenha imperado em sua vida. O que equivale dizer que a Palavra de Deus, o Evangelho, o Sangue de Cristo, não foram suficientes para retirar do crente tudo o que havia contra ele, no dia em que aceitou o Senhor Jesus como Salvador?!


No Modelo dos Doze, todo crente recebe treinamento durante um ano para ser Líder (Pastor?) de Célula e de Doze:

O treinando recebe o ensino para ser "sensível" ao Espírito Santo, bem como ensinar a outros através dos dons espirituais, ministrando cura e libertação;

Todos os líderes de células têm que formar seus Grupos de Doze e estes, também, devem ser treinados para se tornarem igualmente líderes de células.

Como se pode perceber, por esse modelo o Líder de Célula é um super crente, que tem todos os dons ministeriais e todos são aptos a pastorear. Ora, as Escrituras ensinam que Deus deu "uns" – não são todos, portanto – para Apóstolos, outros para Profetas, outros para Evangelistas e outros para Pastores e Doutores (Ef 4.11).É o Espírito de Deus que distribui e separa o dons e não o G12. Sem falar que também é um absurdo estabelecer uma escala numérica de convertidos. No início da Igreja: no pentecostes quase três mil pessoas se converteram (At 2.41). Posteriormente, quase cinco mil também abraçaram o Evangelho (At 4.4). Depois já não se podia contar os novos crentes, pois eram "multidões" que aceitavam a Cristo (At 5.14). Desta forma, os apóstolos eram ‘pastores’ de incontáveis crentes e não de apenas um grupo ou grupos de doze pessoas!

Afirma a Pastora Valnice, na pág. 99 de seu livro já citado nessa sequência de estudos, que o Senhor está fazendo uma "virada na unção ministerial". E continua: "a unção não vai estar somente em um homem, e sim, numa equipe. A visão dos doze é uma visão de romper esquemas". Relata, também na pág. 10: "É preciso romper as velhas estruturas…ficamos absolutamente convencidos de que a Igreja em Células ou nas casas, sem deixar as grandes celebrações de todo corpo no Templo, era caminho de volta, no que concerne à estrutura". Assim, esse movimento deixa de lado toda a estrutura eclesiástica da Igreja, como ela é atualmente em todas as denominações evangélicas, e passa a existir de forma desestruturada. É bom que se diga, inclusive, que até seminários são condenados por seu criador.
É tanto que a Pr. César Castellanos, ao criar esse movimento, acabou com os que existiam em sua igreja, alegando ser desnecessário o preparo do Líder em uma escola convencional, mas que após um ano, apenas, de treinamento na ‘escola de líderes’ seria suficiente para prepará-lo.

Pelo que se observa e compreende, o modelo é para todo o crente (Líder de Célula) ser um Pastor e nada de um só Pastor para o rebanho (Igreja). E o Pastor César Castellanos afirma textualmente em seu livro retrocitado: "há necessidade de inovar de forma radical e contínua. Toda a visão implica em inovação. Estar disposto a romper com os moldes tradicionais, faz parte do risco" (pág. 48). Ainda: "a lista de mudanças é quase infinita... tudo porque decidimos por em prática o poder da inovação, romper os velhos moldes. Definitivamente devemos ser criativos, o mundo é daqueles que inovam." (pág. 52). Acrescenta ainda o Pastor César ao falar sobre o nome de sua Igreja (Missão Carismática Internacional): "...parecia-nos estratégico não colocar nenhum termo que associasse com o evangélico, para que não produzisse rejeição, ou apatia, e a estratégia funcionou" (pág. 51).


Diante das "inovações", "rompimento dos modelos tradicionais", "virada na unção ministerial" e assim por diante, na visão dos Doze, cada pessoa do grupo (Célula) tem a capacidade de pastorear doze crentes. Estes também têm a condição de pastorear outros doze e a partir desses grupos avistam-se práticas estranhas, muitas delas semelhantes ao comportamento secular, onde a perda da identidade cristã se agrava consideravelmente, em nome das inovações pregadas por Castellanos. A Palavra de Deus fala de um evangelho imutável e não de um modismo ambulante que vive de metamorfoses carnais para se suster.

Pelo que se vê, todos têm a unção (e a capacidade) e a chamada de Deus para ser Pastores, nessa visão. Essa filosofia vai de encontro ao que o Senhor Jesus Cristo ensinou sobre os diferentes talentos que são concedidos aos crentes. Nem todos têm a mesma capacidade, portanto. Compare Mateus 25.15, onde Cristo afirmou textualmente: ‘e a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade’. Deus deu "uns" – não são todos, portanto– para algumas funções ministeriais (Ef 4.11-12), visando ao aperfeiçoamento dos santos e à edificação do corpo de Cristo (Igreja), e não apenas para um grupo de "doze pessoas".

SOBRE O ENCONTRO (OU SERIA DESENCONTRO?)

Vamos tratar sobre o "Encontro" (ou Desencontro?), que consiste num retiro de três dias e que, conforme a "Visão", assim como ocorreu com o Apóstolo Paulo (At 9.1-9) que passou três dias separado de seu contexto familiar e cultural, também todos precisam, após dois meses da entrega a Cristo, participar.

Era preocupação do Pastor César Castellanos a retenção "dos frutos", permanência dos novos convertidos na Igreja, já que nem todos os que abraçavam o Evangelho permaneciam na Igreja. Daí por que julga que somente através desses Encontros é que podem continuar sendo crentes (Plano Estratégico para a Redenção da Nação, pág. 111, 118, 120 e 121).

Ao que nos parece, data venia, há um certo desconhecimento quanto ao assunto ventilado. Como sabemos, nem todos os que crêem na Palavra de Deus permanecem nela. Foi o próprio Jesus que nos afirmou através da parábola do semeador (Mt 13.1-9 e 19-23). No exemplo citado pelo Mestre, entendemos que apenas 25% (a semente que caiu em terra fértil) permanece e dá fruto. As demais sementes (três, ou seja, 75%) que caíram em solo pedregoso, entre os espinhos e à beira da estrada, não permaneceram, se desviaram, deixaram o evangelho (observe que todas creram na Palavra de Deus, porém não permaneceram!)  Muitos são chamados, porém poucos são os escolhidos (Mt 22.14). Isso parece contradizer a estratégia miraculosa de Castellanos para que  todos permaneçam na igreja. Portanto, essa premissa é falsa e não encontra amparo na Palavra de Deus. Os que defendem esse preceito que nos convençam do contrário!.

Dizer que Paulo foi separado por três dias para ficar longe de seus familiares e de sua cultura é desconhecer onde ele se encontrava. Todos sabemos que o Apóstolo estava a caminho de Damasco e, portanto, já estava separado do convívio familiar. O Encontro dele nada tem a ver com o "Encontro" patrocinado pelos da "Visão" da Colômbia. Esse raciocínio não procede. O encontro que Paulo teve com Deus foi aquele que todos nós experimentamos quando aceitamos a Cristo, quando nos arrependemos, nos convertemos e passamos a ter uma nova vida (Jo 5.24, Rm 10.8-11 e II Co 5.17).

O QUE ACONTECE NOS ENCONTROS

Nos "Encontros" são abordados vários temas, várias “ministrações”, dentre as quais, destacamos:

Arrependimento: é explicado o "genuíno arrependimento", é quando o crente declara detalhadamente os seus pecados, chora, urra (o termo é esse mesmo), "sente dor" por ter ofendido a Deus (Pág. 118 do Plano Estratégico). Dizem que o verdadeiro arrependimento só se dá quando da participação do novo convertido ao Encontro.

Jesus nos disse que quem ouve a Sua Palavra e crê naquEle (Deus) que O enviou tem a vida eterna (Jo 5.24). Assim, cremos que a salvação é instantânea, não há a necessidade de marcar um "Encontro" para termos que nos arrepender de novo. Se o genuíno arrependimento só se dá nesse "Encontro", conforme a "Visão" do G-12, como ficaria a situação da pessoa que morresse antes de participar desse "ritual"? Não, não cremos assim!
O ladrão na cruz, o mordomo da Etiópia, Zaqueu, Cornélio, dentre muitos outros exemplos bíblicos, todos foram salvos na hora em que se encontraram com Cristo. Compare Cl 2.14, Hb 8.12 e 10.17-18, Tt 3.4-7, etc. Em Atos 2.38-43 vemos quase 3.000 pessoas sendo salvas por Cristo e o foram quando o Espírito Santo as convenceram através do pronunciamento do Apóstolo Pedro. Foi um arrependimento verdadeiro e sincero. Nada de ‘encontro’ nos moldes promovidos pelo Grupo dos Doze. O mesmo aconteceu comigo e com os crentes em geral, salvos pela graça de Deus. Fomos salvos no momento em que ouvimos a Palavra de Deus, nos convencemos de que éramos pecadores e por isso nos arrependemos e passamos a ser novas criaturas. Não precisamos participar de "Encontros" para nos tornarmos salvos, graças a Deus.


Quebra de Maldições: são ensinadas as causas das maldições e o Espírito Santo (?) mostra as maldições e como quebrá-las (Pág. 119). São ministradas as bases bíblicas (?) sobre maldição hereditária e analisados os pecados familiares; os crentes são levados ao arrependimento por identificação – em lugar de seus pais (Pág. 137). Para tanto precisam perdoar seus antepassados, ou seja, pais, avós, etc., a fim de que suas maldições sejam quebradas.


REFUTAÇÃO

Concentrados principalmente no Antigo Testamento, criam uma nova doutrina a partir destes textos – Êxodo 20.5 e 34.7; Deuteronômio 5.9 - desconhecendo completamente o significado bíblico de bênção e maldição. Confundem maldição com efeitos do pecado. É óbvio que uma criança que vive sob a influência diária de uma família corrompida, certamente terá grande probabilidade de tornar-se adulta com os mesmos vícios, erros e metida nas mesmas iniquidades de seus pais, avós, tios, etc. Isso não é maldição. Isso são consequências do poder de influência do meio. Confundem maldição com traumas pessoais. Pessoas que sofreram um grande choque emocional ou que se sentem envergonhadas por alguma deficiência, podem ser pessoas reprimidas e problemáticas. É um prato cheio para alguém dizer que tal pessoa está amaldiçoada quando, na realidade, o que a pessoa necessita é de gente que lhe valorize, que lhe transmita força moral e espiritual e não de "profetas" que lhe venham colocar um problema a mais em sua mente. Confundem maldição com questões genéticas. De problemas hereditários (que obviamente não são maldições) ou genéticos o mundo está repleto. Porém daí dizer que isto é maldição é um absurdo inqualificável. Tudo quanto existia contra nós Cristo já pagou na cruz, desde o instante em que O aceitamos e nos convertemos a Ele (Hb7.25, 8.12; Cl 2.14; Jo 1.12-13). Tudo aquilo que era contra nós, Cristo já perdoou cravando na cruz a cédula (dívida) que nos era contrária (Cl 2.13-14). O filho não leva o pecado do pai, nem este o do filho (Ez 18.1-4, 19-22, 26-28 e 30-32 e Mq 7.18-19). E o que dizer de uma pessoa que não conheceu nem o pai nem a mãe (órfão). Como é que ficaria a sua situação? Já que não vai poder romper com as maldições de seus pais, à vista de não saber que tipos de maldições seus pais eram portadores.

Ensinar que um cristão tem que romper com maldições ou pacto dos antepassados, pedindo perdão por eles é minimizar o poder de Deus quando de sua conversão. A Bíblia Sagrada nos diz que toda desobediência é amaldiçoada (Nm 23.7,8; Sl 109.17; Dt. 11.26-28; Gl 3.10) e que Jesus Cristo já nos abençoou (Ef 1.3) e que nenhuma condenação (maldição) há para os que estão em Cristo Jesus (Rm. 8.1). Não há maldição para os que são filhos da obediência (Lc 11.28; Tg. 1.25). Jesus se fez maldição por nós. O que dizer, então, dos filhos dos reis de Judá que tinham pais bons e eram maus, ou tinham pais maus e eram bons? Por fim, nos diz a Palavra de Deus (Pv 26.2) que maldição sem causa não virá. E ainda: a maldição do Senhor habita na casa do ímpio, mas a habitação do justo (salvo por Jesus Cristo) Ele abençoará (Pv 3.33) E a causa maior chama-se pecado. Enfim, os textos citados (Êx 20.5; 34.7 e Dt 5.9) referem-se àqueles que aborrecem a Deus, que se desviam de Deus e vão seguir a outros deuses. Em outras palavras, a maldição de que se trata é para os idólatras e não para quem tem Deus como o único Deus verdadeiro e o seu Filho Jesus Cristo como único e bastante Salvador. O gedozistas confundem ‘maldição’ com ‘obras da carne’, de que falou o apóstolo Paulo em sua carta aos Gálatas no capítulo 5 e versículos 19 a 21.


Libertação: ocasião em que todos escrevem num papel todo o seu passado, fazendo uma lista de seus pecados e, todos cantando e ‘dançando’ jogam no fogo esses papéis. Assim, sentem que foram totalmente libertados (pág. 119 e 137).

Refutação

Trata-se de pura invencionice, criação humana, sem nenhuma eficácia, exceto como técnica de sugestão mental. Não é isso o que nos ensina a Palavra de Deus. Pelo contrário, quando o pecador aceita a Cristo recebe instantaneamente o perdão de todos os seus pecados. Todo o seu passado ficou para trás (Jo 8.32 e 36, Rm 6.18, II Co 5.17, Fl 3.13 e Cl 2.13-14). Havendo conversão, havendo, portanto, salvação, há libertação total. Toda pessoa convertida e que está em Cristo foi liberta do império das trevas e transportada para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13-14). A conversão implica sair das trevas para a luz, e ser convertido do poder de satanás ao poder de Deus (At 26.18).

Cura interior: todos os encontristas são levados ao arrependimento, por aceitar feridas e abrigar a amargura, ressentimentos, mágoas, iras e maus ressentimentos em relação às pessoas. Para tanto é ministrada a ‘cura’, levando as pessoas a visualizarem mentalmente a sua formação "desde a concepção" até a ocasião do Encontro (regressão), lidando com a rejeição, traumas e pecados (pág. 138). É nesse momento em que todos os encontristas "precisam liberar perdão às pessoas envolvidas em cada fase (da infância à fase adulta), e até mesmo a Deus. Libera perdão a pai, mãe, irmãos, familiares e a Deus" (Manual do Encontro, pág. 100/101, Pr. Renê Terra Nova).



 Mas que absurdo, liberar perdão até a Deus? Parece inacreditável, mas é isto mesmo que está sendo ensinado: que devemos perdoar a Deus. Trata-se de uma aberração herética de tal gravidade que dispensa qualquer comentário bíblico. Simplesmente negam o absolutismo e a soberania de Deus, convertendo em dissolução a graça de nosso Deus (Jd 4). Nada contra a cura interior em si. Ela é importante e saudável. Porém temos restrições quanto ao método empregado pelos gedozistas. É inaceitável a catarse utilizada na busca da cura interior. É prática antibíblica. É prática mística, esotérica e psicoterápica e não um meio espiritual de libertação. Por que nós vamos ter que voltar ao nosso passado, desde a concepção, passando pela infância, a adolescência, fase adulta, até àquele "Encontro" para podermos nos livrar de tudo o que nos aconteceu durante a nossa vida pregressa? Não há qualquer sustentação bíblica nisso. Compare Pv 11.8, II Co 5.17 e Fl 3.13, além de Jo 8.32 e 36. Para o crente o passado não mais existe, ficou no esquecimento, somos novas criaturas, passamos a ter nova vida no presente pelo poder transformador da palavra de Deus e projetamos o futuro alicerçado no amor e na santidade, que é um processo contínuo e dinâmico, diário, até chegarmos a varão perfeito (Ef 4.13, Fl. 3.13-14). Nos diz a Palavra de Deus que a ansiedade no coração do homem o abate (Pv 12.25), porém nos diz a mesma Palavra que o justo é libertado da angústia (Pv 11.8); que Deus conserva em paz aquele cuja mente está nEle (Is 26.13); a verdade nos libertando através de Cristo, estamos livres (Jo 8.32 e 36). É Deus que sara e liga as feridas (Sl 147.3). Se quisermos cura interior sigamos o que nos diz I Pe 5.6: "Lançando sobre Ele toda vossa ansiedade porque Ele tem cuidado de vós." E o salmista nos disse: "Lança os teus cuidados sobre o Senhor e Ele te susterá" (Sl 55.22). Esta é a receita para a cura interior e não perdoando a antepassados, inclusive a Deus, e fazendo regressão!

Durante o Encontro seus participantes fazem duplas, quando então uma das duas pessoas passa a narrar o que aconteceu em sua vida passada, como sejam, seus traumas, frustrações e pecados cometidos, devendo a que está ouvindo permanecer em silêncio, até que seu companheiro ‘desabafe’ tudo que tem dentro de si. Terminada essa maratona, os papéis se invertem e o que estava ouvindo o lamento do outro vai adotar idêntico procedimento. Ou seja, a dupla confessa seus pecados mutuamente. Não vemos sustentação bíblica para isso. Até por que de que adianta confessar pecados a uma pessoa que nada tem a ver com o que aconteceu? Somente a Cristo devemos confessar nossos pecados para que sejam perdoados. E só devemos confessar nossas ofensas a outrem e pedir o seu perdão, quando essa tiver sido ofendida por nós ou o inverso, termos sido ofendidos por ela.

Para o modelo dos doze, o implemento, participação e difusão da chamada “visão” é o segredo de toda a vitória para a igreja dos tempos modernos. Alguns são mesmo tão arrogantes que chegam a declarar que é impossível obter as bênçãos de Deus fora da “visão” ou fora do G12.

De nossa parte pensamos diferente. Temos grandes restrições ao modelo dos 12 e as fartas demonstrações presentes nesse estudo são a nossa argumentação. Desvendando a chamada “visão”, tal como o fizemos aqui, estamos dando uma oportunidade ao nosso leitor de buscar em Deus, pelo esclarecimento do Espírito Santo e da Palavra, pela instrumentalidade da lógica e da inteligência e pelo bom senso, de perceber o quanto essa questão requer o repúdio de todos aqueles que abraçam a fé sincera em nosso Senhor Jesus Cristo.


"Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja anátema" (maldito)
( Gálatas 1:8 )



Nesses últimos 20 anos, a igreja evangélica passou por transformações incríveis e inacreditáveis. A grande maioria delas serve muito mais para nossa vergonha do que para o louvor de Deus. O G12, sem sombra de dúvidas, está intimamente relacionado a esse fenômeno.

Eu preciso, porém, deixar bem claro a todos que me concedem a honra de ler essa série de artigos, que não sou um cristão reacionário, farisaico, preso a tradições legalistas, carrancudo, escravo de incredulidades pragmáticas ou vencido por uma versão mórbida e inerte da fé. Muito pelo contrário, acredito ardorosamente no poder sobrenatural de Deus. Acredito em curas e maravilhas. Acredito na libertação espiritual. Acredito nos dons, ministérios e no fruto do Espírito e acredito que tudo quanto se acha registrado na Bíblia, ainda que tendo ocorrido há milhares de anos, pode perfeitamente, pela vontade e poder de Deus, voltar a ocorrer em nossos dias atuais. Que isso fique bem claro e cale antecipadamente aqueles que tentarem desmerecer nossas argumentações pelo uso desse tipo de acusação infundada.

O fato, porém, de acreditarmos em tudo quanto citamos acima, nunca nos tirou a devida consciência e cuidado na separação do joio em meio ao trigo. Há muitos anos, temos lutado, por meio de nossas prédicas, de literatura e do testemunho, contra manifestações esquizofrênicas e paranóicas, que erroneamente são atribuídas ao Espírito Santo de Deus.

Obviamente, para aqueles que chegaram à igreja do final dos anos 90 para cá e que já a conheceram maculada por tão terríveis e perigosas heresias, tudo isso parece difícil de ser aceito. Assim como é difícil convencer uma criança que foi criada num ambiente violento que a violência é algo errado e digno de repúdio, da mesma forma convencer cristãos que nasceram dentro de ambientes dominados pelo G12 que este movimento deve ser rechaçado, também não é tarefa fácil, pois os papéis se invertem e nós que amamos a Igreja, a ponto de fazer apologia à sua restauração, somos paradoxalmente taxados de heréticos e inimigos da “visão”. Isso, porém, não abate nossa determinação e deixamos essa causa sob os cuidados da soberania de nosso Deus.

Eu também preciso ser justo com várias constatações. Em primeiro lugar, o G12 não inventou a maldição hereditária, nem o “cair no Espírito”, nem o “rir no Espírito”, nem a teologia da prosperidade, nem a cura interior, assim como inúmeras outras formas popularizadas de agressão e distorção à sã doutrina. Várias dessas crença e práticas já eram vistas mesmo antes dos primeiros indícios dos delírios do casal Castellanos. Também, o frenesi e a forma frenética de cultuar a Deus, onde a balbúrdia é tida como fogo do Espírito, já se praticava nos cultos pentecostais e se acirraram nos neopentecostais da era atual.

O que o G12 fez foi apresentar uma versão condensada de tudo isso e oferecer um coquetel molotov recheado de sincretismos neopentecostais e esotéricos, sob um modelo de mercados de rede, com vistas a um crescimento cujos fins justificam os questionáveis meios.

O G12 legitimou muitos excessos e absurdos do passado e deu ares de espiritualidade evangélica ao que qualquer turma de escola bíblica dominical chamaria de satanismo.

O discurso do papa gospel Renê Terra Nova, em sintonia com seu mestre e mentor Cesar Castellanos, fala abertamente na adoção de “novidades” dentro da igreja. Eles dizem em alto e bom som que é preciso inovar. Por essa razão, o conceito de santificação cristã nunca esteve tão confuso. Já não se percebe quais sejam as diferenças externa e interna entre aqueles que estão dentro para com os de fora. Jovens são incentivados a assumirem uma postura mundanizada, o culto se tornou uma celebração carnal, a igreja decaiu para o segundo plano no contexto da prioridade celular e a Bíblia respira por aparelhos, como um mero adorno ou acessório de uma liturgia que adota a revelação e o experimento como fundamentos de maior valor.

Lamentamos, de todo coração, a inconsciência daqueles que não percebem os truques de sugestão mental adotados por esses líderes; o uso do barulho estrondoso como forma de facilitação do transe global; a técnica das músicas que emocionam e tiram a razão (coisa praticada há milênios através dos tambores do animismo); a utilização de chavões e mantras para adentrarem o subconsciente e promoverem uma sensação falsa de felicidade e credibilidade para com a situação envolvida.

Lamentamos que os esvoaçantes paletós de fogo sejam mais comuns que o exame sóbrio e minucioso das Escrituras, que os Encontros da “visão” e seus espetáculos de maçonaria gospel sejam mais valorizados que o sagrado culto a Deus em Sua Casa de oração e que os cristãos da modernidade entendam como Obra do Espírito o que não passa de histeria forjada por uma minoria de oportunistas.

O G12 vem consolidando uma geração de cristãos esotéricos, secularizados, bruxificados, vazios de Deus ao mesmo tempo que repletos de crendices.

O Evangelho sempre foi e será um só. Não existem novas visões e não há novidades nos propósitos de Deus. Se os planos do Altíssimo tivessem que passar por aperfeiçoamentos, isso denotaria a constatação de que os anteriores foram frustrados. Mas a Palavra de Deus é categórica ao nos assegurar que os planos de Deus jamais serão frustrados e que um de seus atributos mais sublimes é a imutabilidade. Não precisamos de histeria para servir a Deus. Deus falou com o profeta através da calmaria, assim também o Espírito Santo é calmo, sereno e tranqüilo na comunicação de suas ministrações. Pulos, gritos, risos, quedas ao chão, sapateados são expressões da mais macabra loucura e não uma unção proveniente de nosso Eterno Pai.


Erro do G12

O grande erro do G12 é querer ser a revelação única e exclusiva de Deus na terra. Outro grande erro é querer que o encontro produza santificação a todo custo, e ainda os confunde com conversão. Com isso não cremos que tal movimento seja uma opção sadia para igrejas comprometidas com a doutrina e a Palavra de Deus.

O que fazer diante do G12 e de outras inovações que por certo vão aparecer?

Deveríamos ser como os Bereanos que segundo Atos 17.11 "eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim." Não há dúvidas que trará divisão e problemas. A Bíblia nos diz, em 1 Ts 5:21, que devemos examinar tudo e reter o que é bom. A Bíblia não diz para nós experimentarmos tudo. Eu não preciso fumar, beber e adulterar para saber se é mal. Existem duas maneiras de você conhecer alguma coisa; por experiência própria ou por informação. Imagine se tivéssemos que experimentar tudo para sabermos se é bom ou mal? A Bíblia é o manual do crente, se você quer saber se alguma coisa está certa ou errada, confira na Bíblia Sagrada. Vamos fazer igual aos crentes de Beréia, que examinavam tudo que os apóstolos falavam, e não eram como Tessalônica que engoliam qualquer coisa.

"O espírito que introduz qualquer doutrina ou novidade que vá além do Evangelho, é um espírito de mentira, e não o espírito de Cristo." (João Calvino)

"Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias." (Martinho Lutero)


"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, nem sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir." (Martinho Lutero)

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